PM diz que recebeu denúncia de
banhista incomodada com o animal.
Caso ocorreu quando professora passava férias em Balneário Camboriú.
Olga foi abordada por
polícias após denúncia de banhista (Foto: Olga Souza/Arquivo pessoal)
Cega desde o nascimento,
a professora gaúcha Olga Souza, de 57 anos, passou por uma situação de
constrangimento durante as férias ao ir à praia com o cão-guia, Darwin, em Balneário Camboriú, Litoral
Norte Catarinense. O caso ocorreu na quarta-feira (22), quando banhistas
incomodados com a presença do cachorro na orla, que neste caso é permitida por
lei, fizeram uma denúncia na polícia.
Segundo a professora, no total, três policiais militares fizeram a abordagem. Olga disse que um deles chegou a fazer uma ameaça para levá-la presa e que iria recolher o cachorro. A situação foi resolvida após um oficial da PM ir até o local e confirmar sobre o direito dela ingressar e permanecer acompanhada do cão-guia em local público.
“Durante a abordagem, eu expliquei e repeti diversas vezes sobre a lei, mas eles não compreenderam. Muita gente não sabe e acha que se trata de um cachorro comum, o que neste caso não era”, disse.
Segundo a professora, no total, três policiais militares fizeram a abordagem. Olga disse que um deles chegou a fazer uma ameaça para levá-la presa e que iria recolher o cachorro. A situação foi resolvida após um oficial da PM ir até o local e confirmar sobre o direito dela ingressar e permanecer acompanhada do cão-guia em local público.
“Durante a abordagem, eu expliquei e repeti diversas vezes sobre a lei, mas eles não compreenderam. Muita gente não sabe e acha que se trata de um cachorro comum, o que neste caso não era”, disse.
Olga com Darwin em férias em
Balneário Camboriú (Foto: Olga Souza/Arquivo pessoal)
Olga estava acompanhada
de uma amiga quando um policial chegou e disse que o cão não poderia estar no
local. “Um dos policiais me disse que tinha recebido a denúncia de um cachorro
solto na praia e que as pessoas estavam se sentindo ofendidas moralmente e
fisicamente com a situação”, explicou a professora.
Ela explicou para os
policiais que o cachorro usava as guias e que em nenhum momento estava solto.
Eles também indagaram o porquê da presença do cão, já que ela estava com outra
pessoa. Olga explicou sobre a importância e a função do animal.
“Infelizmente eles não compreenderam e disseram que o Darwin era um cão de trabalho. É preciso entender que eu não deixo de ser pessoa com deficiência mesmo estando no meu lazer”, disse.
Na tentativa de resolver a situação, a professora solicitou apoio do Instituto Federal Catarinense (IFC), Campus Camboriú, primeira instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a implantar um Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia, onde o cão dela, um flat coated Retriever, recebeu os treinamentos.
“No IFC conseguiram falar com a Polícia Militar e o oficial responsável pelo policiamento foi até onde estávamos e disse sobre a legalidade do cão-guia”, detalhou Olga. Segundo ela, foi necessário 1h30 para resolver a situação com os policiais, o que chamou a atenção de curiosos na praia.
'Autonomia e liberdade'
Darwin representa para a professora “autonomia e liberdade”, tanto no auxílio no trabalho, como em outros momentos da vida. “Decido para onde vou e confio cegamente nele”, brincou a professora. Ele é o segundo cão-guia de Olga, que já teve como companheira por 12 anos a labradora Misty, que foi treinada em Nova Yorque (EUA).
Em casa, em Porto Alegre, a professora lamentou à reportagem do G1 que situações como essa ocorram envolvendo categorias como a dos policiais.
“Os policiais precisam de uma formação mais humana para entender que um deficiente visual precisa de um cão-guia. A deficiência não é uma roupa que trocamos todos os dias”, afirma Olga.
O comandante do 12º Batalhão da PM em Balneário, coronel Evaldo Hoffmann, diz que ocorreu tumulto por conta do mal-entendido sobre a legislação e que pretende incluir palestras envolvendo o tema para os policiais.
“Infelizmente eles não compreenderam e disseram que o Darwin era um cão de trabalho. É preciso entender que eu não deixo de ser pessoa com deficiência mesmo estando no meu lazer”, disse.
Na tentativa de resolver a situação, a professora solicitou apoio do Instituto Federal Catarinense (IFC), Campus Camboriú, primeira instituição da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica a implantar um Centro de Formação de Treinadores e Instrutores de Cães-Guia, onde o cão dela, um flat coated Retriever, recebeu os treinamentos.
“No IFC conseguiram falar com a Polícia Militar e o oficial responsável pelo policiamento foi até onde estávamos e disse sobre a legalidade do cão-guia”, detalhou Olga. Segundo ela, foi necessário 1h30 para resolver a situação com os policiais, o que chamou a atenção de curiosos na praia.
'Autonomia e liberdade'
Darwin representa para a professora “autonomia e liberdade”, tanto no auxílio no trabalho, como em outros momentos da vida. “Decido para onde vou e confio cegamente nele”, brincou a professora. Ele é o segundo cão-guia de Olga, que já teve como companheira por 12 anos a labradora Misty, que foi treinada em Nova Yorque (EUA).
Em casa, em Porto Alegre, a professora lamentou à reportagem do G1 que situações como essa ocorram envolvendo categorias como a dos policiais.
“Os policiais precisam de uma formação mais humana para entender que um deficiente visual precisa de um cão-guia. A deficiência não é uma roupa que trocamos todos os dias”, afirma Olga.
O comandante do 12º Batalhão da PM em Balneário, coronel Evaldo Hoffmann, diz que ocorreu tumulto por conta do mal-entendido sobre a legislação e que pretende incluir palestras envolvendo o tema para os policiais.
Anaísa
Catucci
Do G1 SC
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