Integrantes da comissão especial
que analisa leis de reformulação do esporte fizeram novas sugestões ao relatório
Texto do relator, Rogério Marinho, deveria
ter sido votado na terça-feira, mas decisão foi adiada
Cleia Viana /Câmara
dos Deputados
A comissão especial que discute a reformulação da
legislação do esporte retomará em 14 de março a discussão do anteprojeto que
moderniza as leis de futebol.
O texto do relator, deputado Rogério Marinho
(PSDB-RN), foi apresentado no fim do ano passado e deveria ter sido votado
nesta terça-feira (21), mas os deputados entraram em um acordo para adiar a
votação.
Alguns parlamentares argumentaram que não estiveram
presentes às reuniões do colegiado. Outros fizeram novas sugestões ao relator.
O deputado Evandro Roman (PSD-PR), por exemplo, defendeu mais clareza na lei
sobre regras referentes à transmissão de jogos.
Já Deley (PTB-RJ) defendeu a atuação de
ex-jogadores como treinadores, em contraposição a outros parlamentares que são
a favor de que educadores físicos atuem como técnicos. “Ninguém fala de
ex-jogador, só do jogador que ganha muito”, observou Deley.
Sociedade anônima
O anteprojeto apresentado por Rogério Marinho estabelece normas gerais sobre relações trabalhistas, regime de tributação e formação de atletas, entre outros pontos. É criada, por exemplo, uma terceira figura jurídica para os clubes, a sociedade anônima de futebol, com a possibilidade de abertura de capital em bolsas de valores para reforçar o caráter de clube-empresa.
O anteprojeto apresentado por Rogério Marinho estabelece normas gerais sobre relações trabalhistas, regime de tributação e formação de atletas, entre outros pontos. É criada, por exemplo, uma terceira figura jurídica para os clubes, a sociedade anônima de futebol, com a possibilidade de abertura de capital em bolsas de valores para reforçar o caráter de clube-empresa.
Para Marinho, o esporte deve ser regulamento em lei
por ser “o principal produto que caracteriza o Brasil” no mundo. “Se você
consegue internacionalizar o nosso futebol a partir da organização interna,
ligá-lo com a questão educacional, dar esse viés de uma maior
profissionalização, você fortalece a instituição e fortalece um esporte que é o
preferido dos brasileiros e é um patrimônio cultural do País”, observou o
relator.
O deputado Orlando Silva (PCdoB-SP), no entanto,
defendeu um debate com o Senado Federal, que neste momento analisa a
consolidação das leis dos esportes em geral (projeto da Lei Geral do Esporte
Brasileiro). Para ele, o futebol não deve ser isoladamente tema de uma lei.
“Algumas modalidades, como o voleibol, a natação ou
mesmo o judô, têm crescido na sua profissionalização. Os atletas já têm um grau
de profissionalismo relevante. Eu considero, portanto, que o nosso esforço
deveria ter uma visão de sistema nacional do esporte, de política nacional
articulada, e a lei seria a expressão desse sistema”, defendeu Silva.
O presidente da comissão, deputado Andres Sanchez
(PT-SP), entretanto, disse ser impossível comparar o futebol com outros
esportes. “O futebol hoje movimenta bilhões. É o esporte mais visto no mundo e
tem jogador de 16, 17 anos ganhando R$ 100 mil por mês. Você não pode comparar
com uma natação, onde o cara ganha R$ 10 mil por mês”, afirmou.
Reportagem - Noéli Nobre
Edição - Rosalva Nunes
'Agência Câmara
Notícias'
Edição - Rosalva Nunes
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