Fuga de 200 homens da casa
prisional de Porto Alegre ocorreria no Carnaval, contou delegado
Túnel para Presídio Central teria sido encomendado por facção
criminosa, diz delegado | Foto: Samuel Maciel
O túnel de 50 metros,
construído para facilitar a fuga de pelo menos 200 homens do Presídio Central,
teria sido encomendado por uma facção criminosa de Porto Alegre. Essa foi a
informação relatada pelo titular da 3ª Delegacia de Investigação do
Narcotráfico, delegado Rafael Pereira, após a operação Santo.
"Temos
informações preliminares, mas muito provavelmente esse túnel foi encomendado
por uma facção relacionada ao crime. O trabalho foi muito bem elaborado e
acreditamos que o grupo tenha gasto pelo menos R$ 1 milhão para comprar uma
casa próxima ao Presídio Central e bancar material e o pagamento das pessoas
que cavaram a passagem", disse à reportagem do Correio
do Povo. A residência fica na rua Jorge Luiz Medeiros Domingues, no
bairro Partenon.
De acordo
com Pereira, por se tratar de uma construção bem articulada, a Polícia Civil
acredita que um engenheiro teria participado da obra. No túnel, os policiais
civis descobriram ventiladores instalados para amenizar o calor. A investigação
relatou que os operários trabalhavam todos os dias e apenas faziam uma pausa em
dias de chuva. A intenção era terminar a passagem para que a fuga de presos
ocorresse durante o Carnaval. Os líderes da facção criminosa que encomendou a
obra seriam os primeiros a sair.
Flagrante a partir da chegada de geladeira e fogão
O
delegado Rafael Pereira explicou que a ação que descobriu o túnel em direção ao
Presídio Central foi deflagrada a partir da chegada de uma geladeira e de um
fogão. Para os policiais, a instalação dos eletrodomésticos na casa que foi
usada de apoio para a construção representou que os operários estavam prontos
para trabalhar 24 horas por dia, acelerando o processo de escavação. Sete
homens e uma mulher foram presos na operação que iniciou a investigação há três
meses.
Decreto altera nomes das casas prisionais
Os
estabelecimentos prisionais do Rio Grande do Sul tiveram seus nomes alterados
pelo decreto 53.297, publicado no Diário Oficial dia 11 de novembro de 2016. O
Presídio Central de Porto Alegre passa a se chamar Cadeia Pública de Porto
Alegre. Já a Penitenciária Feminina Madre Pelletier teve a nomenclatura
modificada para Presídio Estadual Feminino Madre Pelletier.
Também
foram criadas, no âmbito da Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe),
as Penitenciárias Estaduais de Canoas II, III e IV; a Cadeia Pública de
Alegrete; a Cadeia Pública e a Cadeia Pública Feminina de Rio Grande; a Cadeia
Pública Feminina de Passo Fundo; o Presídio Estadual Feminino de Lajeado e o
Centro de Custódia Hospitalar Vila Nova, em Porto Alegre.
Cláudio Isaías
Correio do Povo
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