Omar Abud é suspeito de financiar quadrilha envolvida diversos delitos
Operação do MP e da Polícia Civil prendeu
delegado envolvido em esquema criminoso.
Foto: Ministério Público / Divulgação / CP
A ação
conjunta que culminou na prisão do delegado Omar Abud, detido nesta manhã em
Porto Alegre, examina se o policial tentou barrar o trabalho da Polícia Civil
que investigava os crimes de roubo de cargas no Estado. De acordo com o
delegado Emerson Wendt, há indícios de que Abud tenha feito isso.
“Isso
está em processo de apuração sim. A gente verifica que há esta possibilidade.
Até por conhecer e ter acesso a sistemas e saber quem foi preso e quem estava
sendo investigado. Isso facilita a ação de quem está envolvido com a
criminalidade”, frisou.
A
ofensiva, chamada de Financiador, investiga crimes de lavagem de dinheiro,
quebra de sigilo funcional e organização criminosa. De acordo com as
investigações, por meio de conta corrente de terceiros e de empresas de
fachada, o delegado de Polícia, identificado como Omar Abud, responsável pela
17ª Delegacia de Polícia, e o comissário aposentado Luís Armindo de Mello
Gonçalves financiavam grupos criminosos que praticavam roubos de carga,
receptação e estelionatos. Em contrapartida, os investigados recebiam parte dos
lucros da atividade criminosa. Foi apurada a lavagem de R$ 1,1 milhão.
Apreensão
de dinheiro
Wendt
afirmou que durante a operação de hoje, R$ 11 mil foram apreendidos na casa de
um dos investigados. O chefe da Polícia Civil declarou que existia um repasse
de valores dos suspeitos para a quadrilha, que retornava com montantes ainda
maiores.
Por se
tratar de um delegado de investigação, Abud tinha diversos inquéritos sob seu
comando, que agora passarão para as mãos de um segundo delegado. “Quando há uma
ação assim, a Corregedoria age e faz uma correição na delegacia e repassa aos
responsáveis os inquéritos, que terão continuidade. É um trabalho natural”,
resumiu.
Subprocurador
do MP fala em provas robustas
O
subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais do Ministério
Público, Fabiano Dallazen, afirmou, em entrevista à Rádio Guaíba, que o MP
e a Polícia Civil reuniram provas robustas dos crimes do delegado Omar
Abud e do comissário de polícia aposentado Luiz Armindo de Mello Gonçalves.
“As
provas são bastante claras sobre lavagem de dinheiro e organização criminosa
para financiar roubos de cargas. Não posso falar sobre cada uma delas porque há
o sigilo, mas temos a convicção de que os documentos coletados são suficientes
para que tudo seja esclarecido e para que a punição seja exemplar”, assegurou.
Dallazen
salientou que existem trocas diretas de quantias financeiras entre o delegado e
outros membros do grupo e que Abud e Melo tinham relação direta com os
criminosos.
“Já
estávamos trabalhando na questão de lavagem de dinheiro de empresas. Casou-se
com isso uma informação que a Polícia Civil estava fazendo. Nós sentamos e
trocamos informações. O fato é que a prova é bastante clara no sentido de
envolvimento dos agentes e outras pessoas na lavagem de dinheiro e organização
criminosa, que financiam lavagem de dinheiro, receptação e outros crimes”,
pontuou.
Além do
delegado e do comissário aposentado, outras três pessoas foram alvos de medidas
cautelares e tiveram imposta uma fiança de R$ 10 mil para responderem em
liberdade. Conforme Dallazen, esses suspeitos não podem mudar de endereço ou
deixar a cidade. Somente Abud e Melo foram presos nesta manhã.
Fonte: Eduardo Paganella / Rádio Guaíba
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