A
implantação de técnicas de vanguarda para minimizar os impactos das doenças
crônicas, como a Doença de Parkinson, tornou-se realidade no Hospital São
Vicente de Paulo (HSVP) de Passo Fundo, com a realização em julho, da primeira
cirurgia de Parkinson através da Estimulação Cerebral Profunda. Com o inédito
procedimento, pela primeira vez realizado no interior do estado, a equipe do
neurocirurgião Leonardo Frighetto tem o intuito de tornar a cirurgia de
Parkinson referência no HSVP.
O procedimento mudou a
realidade de uma paciente que há 15 anos sofria com os sintomas limitantes da
doença. A paciente de 59 anos, reside em Não-Me-Toque e apresentava grande
limitação em suas atividades diárias, precisando inclusive de cadeira de rodas
para sua locomoção. Segundo a descrição do neurocirurgião, ela apresentava
tremor, rigidez e significativa lentidão dos movimentos. “É o chamado Parkinson
refratário que não responde à terapia medicamentosa. A paciente estava em um
estágio avançado da doença, tendo usado todos os medicamentos possíveis, que
depois de um tempo, já não faziam mais efeito”.
A cirurgia consiste em
implantar eletrodos no cérebro, que são conectados a um gerador semelhante a um
marcapasso, visando gerar estímulos para melhorar os sintomas do Parkinson. “Os
eletrodos são implantados em locais específicos do cérebro que são localizados
através de um equipamento denominado de arco estereotáctico. Através da
utilização de imagens de tomografia computadorizada e ressonância magnética de
alta definição, o equipamento permite a localização cerebral tridimensional com
precisão milimétrica”, explica Frighetto.
Conforme o neurocirurgião, o
procedimento é realizado com o paciente acordado, em virtude de que a posição
final dos eletrodos é determinada mediante as respostas do paciente durante a
cirurgia. Nesse sentido, Frighetto informa que após os eletrodos serem
implantados podem ser ajustados, com mais ou menos estímulo conforme a
necessidade.
A primeira cirurgia de
Parkinson teve oito horas de duração e a paciente recebeu alta hospitalar em
três dias. O impacto positivo do procedimento é comemorado pela equipe de
Frighetto, que atua há mais de 10 anos em Porto Alegre, tendo realizado mais de
50 casos deste tipo de cirurgia. “Seguimos acompanhando a paciente que, desde o
momento da cirurgia, tem apresentado diariamente melhoras significativas de
seus movimentos e de sua qualidade de vida”.
Fonte:
Rádio Uirapuru | Passo Fundo
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