Tropa deve atuar na região de Amambai, Aral Moreira e Coronel Sapucaia.
Indígenas e
produtores entraram em confronto na região na quarta (24).
Foto:
Reprodução
Equipes da Força Nacional
se deslocaram, neste sábado (27), para as áreas de conflito entre indígenas
guarani kaiowá e produtores rurais na região sul de Mato Grosso do Sul. Treze militares estão na região e outros 17 se deslocam. Os
policiais devem atuar nos municípios de Aral Moreira, Coronel Sapucaia e
Amambai.
Força Nacional aquartelada
em Ponta Porã
(Foto: Martim Andrada/TV Morena)
(Foto: Martim Andrada/TV Morena)
Segundo
a Fundação Nacional do Índio (Funai), cerca de 100 guarani kaiowá da Guayviry
ocupam as fazendas Água Branca e 27 Estrelas, em Aral Moreira, e
aproximadamente 60 da Kurusu Ambá estão em uma fração distante da sede da
fazenda Madama, em Coronel Sapucaia. A Funai informou que as ocupações são para
pressionar o governo a agilizar a demarcação de terras indígenas.
Conforme
nota divulgada pela Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul
(Famasul), o presidente Nilton Pickler disse que a instituição vem trabalhando
para buscar a pacificação e a integração social entre índios e produtores. “A
federação tem atuado no sentido de orientar os produtores a buscar a justiça e
sempre evitar a violência”, declarou.
O
envio da Força Nacional para as áreas de conflito foi autorizado pelo
Ministério da Justiça na
sexta-feira (26). Em nota enviada ao G1,
o órgão federal informou que a tropa atuará na região por tempo ainda
indeterminado "em caráter episódico, temporário e planejado". O foco
é ajudar na preservação da ordem pública, segurança das pessoas e do
patrimônio.
Indígenas jogaram paus e
flechas após buzinaço de produtores
(Foto: Reprodução/TV Morena)
A
operação tem o apoio logístico e supervisão dos órgãos de segurança pública do
estado.
O
pedido de envio da Força Nacional para região foi feito pelo governo do estado,
que atendeu a uma recomendação do Ministério Público Federal (MPF).
Situação
De
acordo com a Funai, os indígenas de Kurusu Ambá tiveram tudo incendiado depois
que foram expulsos da sede da fazenda Madama por produtores rurais na
quarta-feira (24) e o lugar onde eles estão não tem água e sombra.
Na
sexta-feira, conforme a Funai, um trabalho cooperativo entre o órgão, Conselho
Indigenista Missionário (Cimi) e sociedade civil levou lona, água, comida,
roupas e outros mantimentos.
Em
entrevista ao G1 na quinta-feira (25), o proprietário
da fazenda Madama, Aguinaldo Ribeiro, de 54 anos, disse que não tinha calculado
os prejuízos, mas para ele, a maior perda é a tranquilidade. “Prejuízos morais
e emocionais são incalculáveis por todos envolvidos, principalmente pelos
funcionários que estão apavorados”, pontuou.
Ribeiro
afirmou ainda que tem a propriedade há sete anos e nunca tinha tido invasão.
"Graças à união dos fazendeiros e por causa da omissão do Estado, tiramos
os índios da propriedade", ressaltou.
(Foto: Reprodução/TV Morena)
Conflito
Nesta
semana, três fazendas foram ocupadas pelos indígenas. Na segunda-feira (22),
fazenda Madama, em Coronel Sapucaia, foi invadida. Os índios só deixaram o
local depois de produtores rurais
enfrentá-los. Em Aral Moreia, as fazendas Água Boa e 27 Estrelas
também foram ocupadas pelos índios na quarta-feira (24).
Depois
de visitar a região, o procurador da República Ricardo Pael Ardenghi afirmou,
na quinta-feira, que o confronto entre indígenas e produtores rurais não
surpreende.
Fonte:
Do G1 MS com informações da TV
Morena
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