quarta-feira, 19 de março de 2014

Vereadores vão pedir impeachment de prefeito de Montenegro

Insatisfação popular e ações judiciais são base, diz presidente da Câmara.
Prefeitura diz que ações do Executivo são 'regidas pela lisura e legalidade'.


A Câmara Municipal de Montenegro, no Vale do Caí, Rio Grande do Sul, prepara um processo de impeachment contra o prefeito Paulo Azeredo (PDT). Segundo o presidente do Parlamento, Renato Kranz (PMDB), há várias ações judiciais contra o político, e todas elas serão reunidas para que seja dado início ao procedimento com objetivo de interromper o mandato.

"Vamos entrar com processo de cassação do prefeito. É o caminho que está se percorrendo", diz o vereador "Está bem latente na comunidade e no Poder Legislativo uma insatisfação generalizada com as ações do prefeito", explica.

Segundo Kranz, o estopim da crise foi a troca da empresa responsável pela coleta de lixo, no início do mandato do prefeito. "A licitação nos parecia dirigida, e esta empresa executou um péssimo serviço a tal ponto que houve clamor popular", disse o político.

A situação culminou na realização de uma CPI, que durou cerca de três meses. Informado há cerca de um mês sobre o resultado das investigações, o Ministério Público (MP) abriu na terça-feira (18) uma ação civil pública de improbidade administrativa contra o prefeito e a empresa, na qual pede a cassação e a ilegibilidade de Azeredo por oito anos, além da devolução de recursos provenientes de pagamento indevido.

Em uma reunião na manhã desta quarta (19), os vereadores decidiram solicitar ao MP, ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) à 4ª Câmara de Porto Alegre, do Tribunal de Justiça, informações sobre as ações que foram movidas contra o prefeito. "Não existe só esse processo. Há vários, inclusive ele responde a outras ações de improbidade e já foi multado por não cumprimento de mandados judiciais", afirmou o vereador.

Com a documentação reunida, será encaminhado à Presidência da Câmara um requerimento solicitando a abertura do processo de impeachment. "Eu como presidente vou acatar ou não, dependendo da fundamentação, e submeter ao plenário", explicou o vereador, que não tem estimativa de data do início do processo.

Em nota, a prefeitura critica a iniciativa de "alguns vereadores" e garante que as ações da administração municipal são "regidas pela lisura e legalidade". O texto ressalta que a Justiça pode aceitar ou não a denúncia. "Cabe ao Judiciário analisar o que está peticionado, porque temos os nossos direitos e deveres", diz o texto.

O G1 entrou em contato com a empresa contratada para a coleta de lixo, mas não houve resposta.

Fonte: Felipe Truda | Do G1 RS

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