Em entrevista ao jornal O Globo, presidente da
Petrobras mostrou indignação ao descobrir sobre Comitê de proprietários de
Pasadena
Graça Foster, atual presidente da Petrobras, garantiu que "não fica pedra sobre pedra" após investigação interna sobre Pasadena (Foto: Antonio Cruz,ABR / Agência Brasil)
Uma semana após a presidente Dilma Rousseff ter revelado que aprovou a compra polêmica da refinaria em Pasadena,
em um negócio que acabou envolvendo mais de US$ 1 bilhão, a
atual presidente da Petrobras, Graça Foster, deu entrevista ao jornal O Globo, anunciou uma investigação
interna sobre
o caso, mostrou-se indignada por não saber de todos os detalhes da transação e
afirmou que "não
fica pedra sobre pedra".
A investigação interna
pode tratar-se de uma estratégia da estatal para esvaziar os ímpetos da
oposição, que já se manifesta favorável a uma CPI sobre o caso.
Apesar disso, na entrevista, Graça se abstém de comentar sobre possíveis
"fundos políticos" das denúncias: "Não tenho elementos para
dialogar sobre esse assunto. Leio sobre isso, mas eu não posso entrar num mundo
que não é meu".
Graça diz que decidiu
criar uma comissão interna para apurar o negócio na segunda-feira, após
descobrir a existência de uma Comissão de proprietários de Pasadena, na qual
Paulo Roberto Costa – ex-diretor da estatal, preso na última quinta-feira
por tentar destruir provas que o envolviam na Operação Lava-Jato – era o representante da Petrobras.
"Esse comitê era acima do board (conselho
de administração). Depois que entramos em processo arbitral esse
comitê deixou de existir", disse a executiva, que afirmou ainda não saber
qual era a função desse comitê. "Fui surpreendida com essa
informação", disse.
Segundo Graça, a
existência desse comitê e a presença de Paulo Roberto Costa "não
significa que esse comitê não tenha executado as melhores práticas". A
atual presidente, porém, mostrou-se descontente por "saber disso dois anos
depois de estar na presidência da Petrobras". "Eu não posso ser
surpreendida com informações que me dão o desconforto necessário para que eu
busque uma comissão para apuração", disse.
Sobre as cláusulas
Marlim e put option, Graça disse que não se pode tratar "de forma
genérica", mas que não sabe "quanta falta fez" no relatório de
Nestor Cerveró, já demitido da BR Distribuidora, braço da companhia que opera
no mercado de combustíveis. Mas Graça admitiu que "quando você volta e
procura a documentação do resumo e não esta ali, isso causa o
desconforto".
Quando perguntada como
se sentia ao descobrir que desconhece muitos pontos do negócio envolvendo a
refinaria, a presidente foi contundente: "Eu sou a presidente da companhia
em cima de um caso que é delicado. Não aceito descobrir que estou falando um
número e o número correto é outro (valor
pago nos 50% iniciais), e nem aceito tratar um assunto em que me
venha um comitê, um board de representantes das partes (Petrobras e Astra) que
eu não saiba. E eu não aceito isso de jeito nenhum. E não fica pedra sobre
pedra, não fica. Mas não fica, não fica. Pode ficar incomodado."
Fonte:
ZERO HORA
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