História contada por pescadores da cidade toma vulto e intriga pesquisadores
O filhote pescado no rio Uruguai foi identificado por especialistasFoto: Marielise Ferreira / Agencia RBS
Uma história que tem tudo para ser conto de pescador está assombrando a população de Marcelino Ramos, no norte do Estado. Um filhote de tubarão que teria sido pescado nas águas do rio Uruguai, já foi identificado como espécie marinha e intriga especialistas.
Pescador há mais de 30 anos, Adão Krug, 42 anos, conta que pescava no lago formado pela Usina Hidrelétrica Itá, no rio Uruguai, quando teve a rede rasgada por dois peixes grandes, com largas barbatanas. Ao recolher a rede, os peixes maiores haviam fugido, mas envolta na malha estava um filhote, já sem vida. Com 33 centímetros, o formato do peixe chamou a atenção. Acostumado a pescar jundiás e traíras, Krug, que jamais esteve no litoral do Estado, nunca tinha visto peixe parecido.
— Limpei ele e coloquei no freezer, então pensei em levar pro pessoal do Ibama dar uma olhada — conta.
Em Marcelino Ramos, o peixe rodou de mão em mão e acabou no freezer de outro pescador, Osvaldir de Souza, 59 anos, o Carioca, que se encarregou de mostrar o peixe a especialistas. Logo a casa dele virou ponto de visitas para pessoas do bairro e curiosos, loucos para ver o tubarão. O vizinho Paulo Dávila, 43 anos, engrossou o caldo da história, lembrando que nunca teve tanta rede furada.
— Tem pescador colocando a rede fora, de tão estragada, furada por estes bichos — conta Dávila.
— E as palometas que tinha aos montes, desapareceram, pra mim alguém soltou tubarão no lago para comer as piranhas — acrescenta o aposentado Miguel Pereira, 52 anos.
Como quem conta um ponto aumenta um ponto, Souza, conhecido como Carioca pelos amigos, assumiu ele próprio haver pescado o filhote de tubarão. Mas segundo ele o bicho estava vivo, se debateu bastante para se livrar e só foi pego na rede porque enroscou os dentes na malha.
— E tem outras pessoas que já viram iguais a estes nadando no rio, mas bem maiores — conta.
História de pescador ou não, o tubarão existe. E do freezer do Carioca, se transformou em fotografias enviadas a vários biólogos e especialistas, que concordam na identificação do peixe como o tubarão da espécie Rhizoprionodon lalandii, conhecido popularmente como tubarão frango.
Natural da costa leste da América do Sul, ele habita águas costeiras rasas, de fundo arenoso ou lodoso e é encontrado desde o Panamá até o litoral catarinense e gaúcho. A espécie se alimenta de peixes como anchovas e sardinhas, ou camarões e lulas e atinge até 77 cm de comprimento, sem oferecer risco ao homem, já que não é espécie violenta.
Mas o que mais intriga os pesquisadores, é como o tubarão marinho veio parar no rio Uruguai.
— Esta espécie não sobrevive por mais de uma hora em água doce, e mesmo que pensássemos na hipótese da migração, ele teria que entrar pelo Rio do Prata, vencer o salto do Yucumã e todas as barragens instaladas no Rio Uruguai — conta o biólogo Jorge Marinho, do museu da Universidade Regional Integrada em Erechim.
Depois de visitar as áreas em que os pescadores afirmam ter visto tubarões, Marinho levou o espécime pescado e pretende realizar exame de DNA. Mas desde cedo tranquiliza a população e turistas de que, mesmo que alguém tenha soltado no rio mais peixes da mesma espécie, eles não sobrevivem na água doce e portanto não oferecem qualquer risco.
Pescador há mais de 30 anos, Adão Krug, 42 anos, conta que pescava no lago formado pela Usina Hidrelétrica Itá, no rio Uruguai, quando teve a rede rasgada por dois peixes grandes, com largas barbatanas. Ao recolher a rede, os peixes maiores haviam fugido, mas envolta na malha estava um filhote, já sem vida. Com 33 centímetros, o formato do peixe chamou a atenção. Acostumado a pescar jundiás e traíras, Krug, que jamais esteve no litoral do Estado, nunca tinha visto peixe parecido.
— Limpei ele e coloquei no freezer, então pensei em levar pro pessoal do Ibama dar uma olhada — conta.
Em Marcelino Ramos, o peixe rodou de mão em mão e acabou no freezer de outro pescador, Osvaldir de Souza, 59 anos, o Carioca, que se encarregou de mostrar o peixe a especialistas. Logo a casa dele virou ponto de visitas para pessoas do bairro e curiosos, loucos para ver o tubarão. O vizinho Paulo Dávila, 43 anos, engrossou o caldo da história, lembrando que nunca teve tanta rede furada.
— Tem pescador colocando a rede fora, de tão estragada, furada por estes bichos — conta Dávila.
— E as palometas que tinha aos montes, desapareceram, pra mim alguém soltou tubarão no lago para comer as piranhas — acrescenta o aposentado Miguel Pereira, 52 anos.
Como quem conta um ponto aumenta um ponto, Souza, conhecido como Carioca pelos amigos, assumiu ele próprio haver pescado o filhote de tubarão. Mas segundo ele o bicho estava vivo, se debateu bastante para se livrar e só foi pego na rede porque enroscou os dentes na malha.
— E tem outras pessoas que já viram iguais a estes nadando no rio, mas bem maiores — conta.
História de pescador ou não, o tubarão existe. E do freezer do Carioca, se transformou em fotografias enviadas a vários biólogos e especialistas, que concordam na identificação do peixe como o tubarão da espécie Rhizoprionodon lalandii, conhecido popularmente como tubarão frango.
Natural da costa leste da América do Sul, ele habita águas costeiras rasas, de fundo arenoso ou lodoso e é encontrado desde o Panamá até o litoral catarinense e gaúcho. A espécie se alimenta de peixes como anchovas e sardinhas, ou camarões e lulas e atinge até 77 cm de comprimento, sem oferecer risco ao homem, já que não é espécie violenta.
Mas o que mais intriga os pesquisadores, é como o tubarão marinho veio parar no rio Uruguai.
— Esta espécie não sobrevive por mais de uma hora em água doce, e mesmo que pensássemos na hipótese da migração, ele teria que entrar pelo Rio do Prata, vencer o salto do Yucumã e todas as barragens instaladas no Rio Uruguai — conta o biólogo Jorge Marinho, do museu da Universidade Regional Integrada em Erechim.
Depois de visitar as áreas em que os pescadores afirmam ter visto tubarões, Marinho levou o espécime pescado e pretende realizar exame de DNA. Mas desde cedo tranquiliza a população e turistas de que, mesmo que alguém tenha soltado no rio mais peixes da mesma espécie, eles não sobrevivem na água doce e portanto não oferecem qualquer risco.
Fonte: Marielise Ferreira / ZERO HORA
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