quinta-feira, 26 de julho de 2012

Hospital desenvolve tecnologia com ferramenta de videogame

Médico catarinense Marcos Dias fez parte do projeto Intera, criado em Londrina

Hospital desenvolve tecnologia com ferramenta de videogame Divulgação/Divulgação
  Foto: Divulgação / Divulgação

     Cirurgia de cérebro no Hospital Evangélico de Londrina, no Paraná. De repente, o cirurgião dá um passo para o lado, volta-se em direção a uma grande tela de TV e começa a gesticular: abre e fecha as mãos, mexe os braços ligeiramente erguidos para esquerda e direita. Os movimentos lembram os de um motociclista ou de alguém tateando no breu. Dão a impressão que o médico deixou a cirurgia de lado para jogar videogame. Aliás, logo abaixo da TV há um Kinect, o aparelho da Microsoft que lê movimentos e substitui o joystick.

     O que se passa na sala de cirurgia pode ser resumido numa palavra: Intera, um aplicativo desenvolvido no próprio hospital. Ele permite a comunicação entre o Kinect e o banco de imagens digitais da unidade. Antes, o médico necessitava da ajuda de um auxiliar para ver os exames do paciente no negatoscópio (caixa de luz).

     Com o Intera, exames e vídeos são previamente escolhidos e manipulados diretamente pelo médico sem que ele toque em nenhum equipamento ou se afaste demais da mesa de cirurgia, diminuindo em até 10% o tempo das operações e, por tabela, o risco de contaminação.

     — São comandos simples: pega, descarta, movimenta, abre e zoom, além de funções básicas para assistir vídeos — conta o neurocirurgião catarinense Marcos Dias, um dos responsáveis pelo projeto, que levou seis meses para ser desenvolvido e testado.

     A primeira cirurgia com o auxílio do Intera foi realizada em abril e, desde então, outras 11 foram feitas. O recurso está disponível em quatro das 12 salas do centro cirúrgico. Quatro médicos estão habilitados a usar o aplicativo e os demais estão em treinamento.

    Segundo Dias, o Intera recebeu aval da Microsoft e já despertou interesse de hospitais de São Paulo. O lançamento do aplicativo no mercado está sendo preparado. O valor ainda não foi definido, informou o hospital de Londrina.

Fonte: MATHEUS BOING / Vida e Saúde / DIÁRIO CATARINENSE

Nenhum comentário:

Postar um comentário