Investigação de 600 páginas que apurou pistas sobre o possível homicídio de Luana deverá ser enviado à Justiça em 30 dias
Desaparecimento de Cíntia mobiliza opinião públicaFoto: Arquivo Pessoal
Sem encontrar indícios consistentes na investigação que há um ano apura o sumiço de Cíntia Luana Ribeiro Moraes, 14 anos, grávida de sete meses, da cidade de Três Passos, a delegada Caroline Bamberg Machado deverá enviar à Justiça o inquérito policial como um caso de desaparecimento.
O caso é acompanhado com grande interesse pela opinião pública, em especial dos moradores do Alto Uruguai, região agrícola separada pelo Rio Uruguai da Argentina.
O caso é acompanhado com grande interesse pela opinião pública, em especial dos moradores do Alto Uruguai, região agrícola separada pelo Rio Uruguai da Argentina.
— Aguardo um depoimento e uma perícia técnica, caso não venha aparecer nada relevante que ligue o caso a um possível homicídio, eu vou encerrar o inquérito e remetê-lo à Justiça como desaparecimento — afirmou Caroline, titular da Delegacia de Polícia Civil de Três Passos.
A previsão é que o inquérito policial seja remetido à Justiça em 30 dias. A investigação iniciou no dia em que ela desapareceu, ao entardecer de 13 de julho, depois de um encontro com jovem agricultor de 26 anos, casado, apontado como responsável pela gravidez.
Em depoimento à polícia, o agricultor admitiu que a encontrou e lhe deu R$ 10 mil para custear as despesas do parto. E para que ela ficasse longe de Três Passos, para evitar que sua mulher descobrisse a traição conjugal. Ele se tornou o principal suspeito pelo sumiço.
Em depoimento à polícia, o agricultor admitiu que a encontrou e lhe deu R$ 10 mil para custear as despesas do parto. E para que ela ficasse longe de Três Passos, para evitar que sua mulher descobrisse a traição conjugal. Ele se tornou o principal suspeito pelo sumiço.
A investigação policial produziu um inquérito de 600 páginas, onde constam depoimentos de 62 pessoas, resultado negativo de escavações feitas em vários locais em busca do possível paradeiro dos restos mortais e informações obtidas com a quebra dos sigilos telefônicos e bancários de familiares e suspeitos.
— A minha vida foi revirada do avesso pela polícia e nada foi encontrado. Ninguém quer mais que ela seja encontrada do eu, podem apostar — afirmou, na manhã de ontem, por telefone a Zero Hora, o jovem agricultor suspeito pelo desaparecimento.
A busca
Em novembro do ano passado, o agricultor, que não teve o nome divulgado pela Polícia Civil, havia conversado com ZH. No mês passado, um dos parentes dele forneceu à Brigada Militar (BM) uma pista sobre o possível paradeiro de Luana.
Ela estaria vivendo em Colonia Aurora, município argentino de 8 mil moradores, separado pelo Rio Uruguai de Novo Machado, uma cidade agrícola gaúcha de 4,5 mil moradores. A fronteira fica a 120 quilômetros de Três Passos e o controle do vai-e-vem de pedestres entre os dois países é quase inexistente. Um dos motivos é que a maioria das pessoas que moram no município argentino é brasileira.
Ela estaria vivendo em Colonia Aurora, município argentino de 8 mil moradores, separado pelo Rio Uruguai de Novo Machado, uma cidade agrícola gaúcha de 4,5 mil moradores. A fronteira fica a 120 quilômetros de Três Passos e o controle do vai-e-vem de pedestres entre os dois países é quase inexistente. Um dos motivos é que a maioria das pessoas que moram no município argentino é brasileira.
A pista do possível paradeiro de Luana, na Argentina, foi investigada pela BM, que esteve lá duas vezes, e por agentes da Delegacia de Polícia Civil de Três Passos, que vasculhou a área e conversou com um rapaz que seria o namorado de Luana. Ela não foi encontrada. A delegada Caroline oficializou um pedido para as autoridades argentinas ajudarem na investigação.
— Eu também estive na Argentina à procura de Luana e não encontrei nada. Não acredito que ela tenha fugido da família, o meu coração quer que ela esteja viva. Mas já se passou mais de um ano, um tempo muito longo, e já acredito no pior: ela caiu em uma armadilha e perdeu a vida — conclui Ivone Moraes, 55 anos, mãe de Luana.
A família da desaparecida vai pressionar a delegada para que o inquérito não seja concluído sem que ela seja encontrada, viva ou morta.
Fonte: Carlos Wagner / ZERO HORA
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