quarta-feira, 21 de março de 2012

Explosões são ouvidas em local onde está suspeito de tiroteio na França

Polícia bloqueia quarteirão em operação para prender suspeito de ataque a escola judaica (Foto: Pascal Parrot/Reuters) 
  Polícia bloqueia quarteirão em operação para prender suspeito de ataque a escola judaica
  (Foto: Pascal Parrot/Reuters)


     Três explosões foram ouvidas no apartamento onde está entrincheirado o suposto atirador de Toulouse e de Montauban, segundo agências de notícias. O vice-prefeito de Toulouse, Jean-Pierre Havrin, confirmou o "fim das negociações e a invasão", segundo a agência de notícias Reuters. De acordo com a agência France Presse, as detonações seriam, segundo um especialista, uma estratégia de assalto usada pela polícia, com a ajuda de explosivos incapacitantes e ensurdecedores, mas a informação não foi confirmada pelas autoridades.

     O suspeito, identificado como Mohamed Merah, havia dito que se renderia no final desta tarde e reivindicado a autoria dos três ataques, nos quais disse ter agido "sozinho", disse o procurador de Paris, François Molins. "Ele não manifesta arrependimento algum", a não ser por "não ter feito mais vítimas", e se vangloria de ter "colocado a França de joelhos", acrescentou o procurador.

     Pouco antes, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, afirmou a representantes da comunidade judaica que o suspeito pretendia executar um novo ataque, segundo uma das representantes.

     Nicole Yardeni, delegada local do Conselho Representativo de Instituições Judaicas (Crif), afirmou que Sarkozy fez a revelação durante uma reunião com representantes das comunidades religiosas em Pérignon, perto do local onde o suspeito está cercado pela polícia. "[Ele] tinha um plano para matar na manhã desta quarta-feira", disse Yardeni.





     O atirador teria afirmado que tem ligação com a rede terrorista da al-Qaeda e que matou crianças israelenses para "vingar crianças palestinas", segundo o ministro do Interior, Claude Guéant.

     Guéant também disse que Merah afirmou ter  se recusado a praticar um atentado suicida para a al-Qaeda, mas que teria aceito "uma missão geral" para um atentado na França. Ele teria dito que recebeu instruções da al-Qaeda durante sua viagem ao Paquistão.

     O cerco à casa foi feito por policiais da RAID, a tropa de elite da França. No final da manhã, os moradores foram retirados das casas próximas. Três policiais ficaram feridos sem gravidade, um no joelho, outro no ombro e um terceiro atingido por disparo contra o colete a prova de balas.

     De acordo com relatos, o homem não mantinha nenhum refém no local.

     A mãe do suspeito, seu irmão e a companheira dele foram detidos como parte da investigação. As detenções para investigação, que segundo a lei francesa podem durar até quatro dias em casos de terrorismo, aconteceram na manhã desta quarta. O ministro Guéant afirmou que são detenções preventivas.

     Explosivos foram encontrados no carro de um dos irmãos do suspeito, informou uma fonte policial. A natureza desses explosivos não foi informada.

     Uma forte explosão foi ouvida na área por volta das 9h locais (5h de Brasília), mas ainda não se sabia do que se tratava.

    O suspeito era investigado pela Direção Central de Informação Interna (DCRI), desde um primeiro atentado em Montauban, quando dois soldados foram mortos.

     No dia 11 de março, este homem teria matado também um soldado de origem magrebina em Toulouse.

     No dia 15, ele atirou em três soldados do regimento de paraquedistas na cidade vizinha de Montauban - dois de origem magrebina e o terceiro de origem caribenha - matando dois e ferindo um gravemente.

     Os investigadores foram capazes de reconstituir parte do percurso do assassino desde o dia 6 de março, quando roubou a scooter que foi utilizada até o último ataque, na segunda-feira.
    
     No período de 14 dias, o homem agiu a cada quatro dias e a cada vez utilizou uma scooter e duas armas calibre 9mm e 11.43, além de um capacete para evitar ser reconhecido.

     Em todos os casos, o criminoso disparou na cabeça das vítimas "à queima roupa", destacou o promotor de Paris Francois Molins, responsável por esta investigação de terrorismo classificado.

Fonte: Do G1, com informações da Reuters, AFP e AP

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