Enfermeira é
acusado de participar de atos premeditados que causaram a morte da criança
Enfermeira é acusado de participar de atos
premeditados que causaram a morte da criança
Foto: André Ávila / CP Memória
O
Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) decidiu, nesta terça-feira, cassar o
registro profissional, por 30 anos, da enfermeira Graciele Ugulini, ré pelo
homicídio qualificado do enteado, Bernardo Boldrini, assassinado em abril de
2014, aos 11 anos, no Noroeste gaúcho. O presidente do Conselho, Daniel Menezes
de Souza, pediu a manutenção do parecer encaminhado em agosto de 2016 pelo
Conselho Regional de Enfermagem do Rio Grande do Sul (Coren-RS). A ré é acusada
de infringir o Código de Ética da Enfermagem.
O
processo ético-disciplinar contra Graciele foi instaurado pelo Coren-RS em
junho de 2014. A plenária do Conselho concluiu, em agosto de 2016, que a
enfermeira participou de atos premeditados, com o objetivo de causar a morte do
menino. A profissional aproveitou o conhecimento técnico que tinha na área da
Enfermagem para realizar o homicídio.
Em abril,
o assassinato do menino completou três anos. O crime, que ocorreu em Três
Passos, chamou a atenção e ficou marcado por ter sido cometido pelo pai, o
médico Leandro Boldrini, e a madrasta. Além disso, viraram réus os irmãos
Edelvânia Wirganovicz, amiga de Graciele, e Evandro Wirganovicz, acusados de
terem ajudado na ocultação do corpo do menino.
Os quatro
seguem presos, à espera do julgamento. Leandro Boldrini está na Penitenciária
de Alta Segurança de Charqueadas (PASC). Graciele e Edelvânia, na Penitenciária
Feminina Madre Pelletier, em Porto Alegre; e Evandro, no Presídio Estadual de
Três Passos. Desde o início do processo, já foram ouvidas 25 testemunhas de
acusação e 28 de defesa na fase de instrução do processo.
Nas
investigações, a Polícia Civil concluiu que o menino morreu em consequência de
uma superdosagem do sedativo Midazolan, supostamente aplicado por Graciele e
Edelvânia, e comprado com uma receita assinada pelo pai dele. O ciúme que a
madrasta tinha do menino motivou o crime, conforme a acusação. No inquérito, a
Polícia concluiu que o pai do menino foi o mentor do crime.
Acusados
pelos crimes de ocultação de cadáver. Leandro e Graciele, especificamente,
respondem por homicídio quadruplamente qualificado, Edelvânia por homicídio
triplamente qualificado e Evandro por homicídio duplamente qualificado.
Boldrini ainda vai responder por falsidade ideológica, conforme a denúncia do
Ministério Público.
Rádio Guaíba
Correio do Povo
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