sexta-feira, 10 de março de 2017

Velório da estudante morta em escola é marcado por emoção e inconformismo

Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, morreu por asfixia mecânica

Velório da estudante morta em escola é marcado por emoção e inconformismo | Foto: Mauro Schaefer
   Velório da estudante morta em escola é marcado por emoção e inconformismo | Foto: Mauro Schaefer

O velório da estudante Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, morta dentro da sala de aula, na Escola Estadual de Ensino Básico Luiz de Camões, no bairro Bom Princípio, em Cachoeirinha, foi marcado for forte emoção e inconformidade. A mãe da jovem, a irmã, Jéssica Gonçalves, amigas e ex-colegas não seguraram as lágrimas com a chegada do caixão rosa e pediam justiça.

“Não consigo entender isso! Nós queremos justiça. Quem fez isso tem que pagar. Não sei se a responsabilidade também é do colégio, mas estamos muito abalados”, afirmou Jéssica. Conforme a irmã da vítima, Marta era uma menina tímida e com muitos amigos. “Ela só saía de casa para ir ao colégio”, desabafou a irmã.

O delegado Leonel Baldasso, da 1ª DP de Cachoeirinha, encarregado de investigar e esclarecer a morte da adolescente dentro da escola, ocorrida na tarde de quarta-feira, pretende ouvir todos os envolvidos e não descarta uma reconstituição. “Pelas informações que recebi do legista, ela morreu por asfixia mecânica”, adiantou, observando que foi constatada “muita força” por parte do responsável pelo crime. “Deram uma gravata na vítima”, resumiu.

De acordo com ele, outras três colegas da menina estariam juntas e alegaram, em um primeira versão, que havia ocorrido uma discussão e a vítima acabou sendo empurrada e bateu a cabeça, entrando em convulsão. As três meninas, sendo duas com 12 anos e outra com 13 anos, serão agora ouvidas separadamente para esclarecer os fatos. 

O delegado Leonel Baldasso não descartou que, dependendo do teor dos depoimentos das três alunas e do andamento da investigação, poderá ser feita uma acareação entre elas e até uma reconstituição da cena da suposta briga, entre outras providências. Aluna do sétimo ano, Marta Avelhaneda Gonçalves foi socorrida ainda dentro da sala de aula pelos professores que também serão ouvidos pelos agentes. Os laudos periciais estão sendo aguardados, mas já se sabe também da inexistência de lesões na cabeça que confirmariam a morte por uma queda.

O titular da 1ª DP de Cachoeirinha admite outras possibilidades em relação à autoria do crime, como a presença de uma quarta pessoa no loca, seja do sexo masculino ou feminino. No trabalho investigativo, os policiais vão analisar também o teor das conversas nas redes sociais mantidas pela vítima e das três colegas em busca de pistas.

Enquanto ocorriam as tentativas iniciais de reanimação da estudante por parte dos professores, o Samu era acionado e a vítima recebeu atendimento emergencial em um posto de saúde antes de ser levada ao Hospital Padre Jeremias devido à gravidade da situação. Houve então a constatação do óbito. Inicialmente ninguém sabia sobre a suposta briga cujos relatos circulariam depois nas redes sociais. Os docentes imaginavam que se tratava apenas de um mau súbito. Em sinal de luto, a Escola Estadual de Ensino Básico Luiz de Camões suspendeu ontem as aulas, ficando fechada.


Jessica Hübler
Correio do Povo

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