Marta Avelhaneda
Gonçalves, 14 anos, morreu por asfixia mecânica
Velório da estudante morta em escola é marcado
por emoção e inconformismo | Foto: Mauro Schaefer
O velório da estudante Marta Avelhaneda Gonçalves, 14 anos, morta dentro da sala de aula,
na Escola Estadual de Ensino Básico Luiz de Camões, no bairro Bom Princípio, em
Cachoeirinha, foi marcado for forte emoção e inconformidade. A mãe da jovem, a
irmã, Jéssica Gonçalves, amigas e ex-colegas não seguraram as lágrimas com
a chegada do caixão rosa e pediam justiça.
“Não consigo entender isso! Nós queremos justiça. Quem fez isso tem que
pagar. Não sei se a responsabilidade também é do colégio, mas estamos muito
abalados”, afirmou Jéssica. Conforme a irmã da vítima, Marta era uma menina
tímida e com muitos amigos. “Ela só saía de casa para ir ao colégio”, desabafou
a irmã.
O delegado Leonel Baldasso, da 1ª DP de Cachoeirinha, encarregado de
investigar e esclarecer a morte da adolescente dentro da escola, ocorrida na
tarde de quarta-feira, pretende ouvir todos os envolvidos e não descarta uma
reconstituição. “Pelas informações que recebi do legista, ela morreu por
asfixia mecânica”, adiantou, observando que foi constatada “muita força” por
parte do responsável pelo crime. “Deram uma gravata na vítima”, resumiu.
De acordo com ele, outras três colegas da menina estariam juntas e
alegaram, em um primeira versão, que havia ocorrido uma discussão e a vítima
acabou sendo empurrada e bateu a cabeça, entrando em convulsão. As três
meninas, sendo duas com 12 anos e outra com 13 anos, serão agora ouvidas
separadamente para esclarecer os fatos.
O delegado Leonel Baldasso não descartou que, dependendo do teor dos
depoimentos das três alunas e do andamento da investigação, poderá ser feita
uma acareação entre elas e até uma reconstituição da cena da suposta briga,
entre outras providências. Aluna do sétimo ano, Marta Avelhaneda Gonçalves foi
socorrida ainda dentro da sala de aula pelos professores que também serão
ouvidos pelos agentes. Os laudos periciais estão sendo aguardados, mas já se
sabe também da inexistência de lesões na cabeça que confirmariam a morte por
uma queda.
O titular da 1ª DP de Cachoeirinha admite outras possibilidades em
relação à autoria do crime, como a presença de uma quarta pessoa no loca, seja
do sexo masculino ou feminino. No trabalho investigativo, os policiais vão
analisar também o teor das conversas nas redes sociais mantidas pela vítima e
das três colegas em busca de pistas.
Enquanto ocorriam as tentativas iniciais de reanimação da estudante por
parte dos professores, o Samu era acionado e a vítima recebeu atendimento
emergencial em um posto de saúde antes de ser levada ao Hospital Padre Jeremias
devido à gravidade da situação. Houve então a constatação do óbito.
Inicialmente ninguém sabia sobre a suposta briga cujos relatos circulariam
depois nas redes sociais. Os docentes imaginavam que se tratava apenas de um
mau súbito. Em sinal de luto, a Escola Estadual de Ensino Básico Luiz de Camões
suspendeu ontem as aulas, ficando fechada.
Jessica Hübler
Correio do Povo
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