Atentado e tomada de reféns se estendeu por 12 horas
Atentado e tomada de reféns que se estendeu por
12 horas | Foto: Carl de Souza / AFP / CP
Um grupo de islamitas somalis shebab atacou uma
residência universitária no Quênia, em uma operação que deixou ao menos 147
estudantes mortos e que levou a uma tomada de reféns que se estendeu por 12
horas, terminando com a morte de quatro sequestradores. A operação de
intervenção das forças de segurança chegava ao final nesta quinta-feira à noite
após mais de 15 horas do início do ataque. "Estamos limpando a zona",
declarou o ministro queniano do Interior, Joseph Nkaissery, afirmando que
"90% da ameaça foi eliminada e quatro terroristas foram mortos". No
entanto, o "número exato de terroristas não foi estabelecido", ressaltou,
mantendo-se prudente quanto a eventual presença de agressores no campis".
"Contamos 500 estudantes (vivos), mas perdemos muitas vidas (...) cerca de 147", declarou ainda Nkaiserry, em Garissa, a 150 km da fronteira com a Somália. Dezenas de pessoas ficaram feridas no ataque, que desencadeou uma feroz tomada de reféns na residência universitária. O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon condenou nesta quinta-feira o "ataque terrorista" perpetrado por islamitas shebab. "Ban espera que a situação esteja logo sob controle sem que haja mais danos àqueles que estão detidos (reféns) e pede que os responsáveis pelo ataque sejam rapidamente levados à justiça", afirmou seu porta-voz. Ban apresentou suas condolências às famílias das vítimas e disse que a ONU está disposta a ajudar o Quênia a "impedir e frear o terrorismo e o extremismo violento".
Os criminosos entraram às 5H30 (23H30 de Brasília de quarta-feira) no campus da Universidade de Garissa, onde estudam centenas de jovens, disparando contra dois guardas na entrada principal. Uma vez dentro do centro universitário, atiraram de maneira indiscriminada e depois entraram em vários edifícios. "Acordamos com os sons das balas (...) ninguém sabia o que estava acontecendo, as mulheres gritavam e as pessoas corriam para salvar sua vida", disse Ungama John, um estudante da residência. A Cruz Vermelha informou sobre 30 feridos internados no hospital, quatro deles em estado crítico, que foram levados de avião a Nairóbi, a 350 km. Segundo ela, a maioria das vítimas havia sido baleada.
Quênia em guerra com a Somália
A universidade localizada em Garissa, uma zona do nordeste do país, se localiza perto da porosa fronteira com a Somália, um país devastado pela guerra. Um porta-voz dos shebab, Sheikh Ali Mohamud Rage, reivindicou a autoria do ataque em uma conversa com a AFP, alegando que "o Quênia está em guerra com a Somália" por ter realizado uma intervenção militar neste país contra bases islamitas. O porta-voz shebab explicou que os criminosos, ao chegarem, "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo". "Os outros são mantidos reféns", acrescentou, informando que as vítimas eram cristãs.
As regiões do Quênia situadas na fronteira com a Somália (de 700 km) e, em particular, as áreas de Mandera e Wajir, assim como Garissa, são palcos frequentes de ataques islamitas. Em 2014, ao menos 200 pessoas morreram e outras tantas ficaram feridas no Quênia em ataques reivindicados pelos shebab ou atribuídos a eles, de acordo com um balanço da AFP. O ataque de maior impacto reivindicado pelos shebab somalis foi a invasão, em setembro de 2013, do shopping Westgate em Nairóbi, que terminou com 67 mortos. Também executaram uma série de ataques violentos em localidades da costa queniana em junho e julho de 2014, onde pelo menos 96 pessoas foram executadas a sangue frio.
"Contamos 500 estudantes (vivos), mas perdemos muitas vidas (...) cerca de 147", declarou ainda Nkaiserry, em Garissa, a 150 km da fronteira com a Somália. Dezenas de pessoas ficaram feridas no ataque, que desencadeou uma feroz tomada de reféns na residência universitária. O secretário-geral da ONU Ban Ki-moon condenou nesta quinta-feira o "ataque terrorista" perpetrado por islamitas shebab. "Ban espera que a situação esteja logo sob controle sem que haja mais danos àqueles que estão detidos (reféns) e pede que os responsáveis pelo ataque sejam rapidamente levados à justiça", afirmou seu porta-voz. Ban apresentou suas condolências às famílias das vítimas e disse que a ONU está disposta a ajudar o Quênia a "impedir e frear o terrorismo e o extremismo violento".
Os criminosos entraram às 5H30 (23H30 de Brasília de quarta-feira) no campus da Universidade de Garissa, onde estudam centenas de jovens, disparando contra dois guardas na entrada principal. Uma vez dentro do centro universitário, atiraram de maneira indiscriminada e depois entraram em vários edifícios. "Acordamos com os sons das balas (...) ninguém sabia o que estava acontecendo, as mulheres gritavam e as pessoas corriam para salvar sua vida", disse Ungama John, um estudante da residência. A Cruz Vermelha informou sobre 30 feridos internados no hospital, quatro deles em estado crítico, que foram levados de avião a Nairóbi, a 350 km. Segundo ela, a maioria das vítimas havia sido baleada.
Quênia em guerra com a Somália
A universidade localizada em Garissa, uma zona do nordeste do país, se localiza perto da porosa fronteira com a Somália, um país devastado pela guerra. Um porta-voz dos shebab, Sheikh Ali Mohamud Rage, reivindicou a autoria do ataque em uma conversa com a AFP, alegando que "o Quênia está em guerra com a Somália" por ter realizado uma intervenção militar neste país contra bases islamitas. O porta-voz shebab explicou que os criminosos, ao chegarem, "soltaram alguns, os muçulmanos, e eles alertaram o governo". "Os outros são mantidos reféns", acrescentou, informando que as vítimas eram cristãs.
As regiões do Quênia situadas na fronteira com a Somália (de 700 km) e, em particular, as áreas de Mandera e Wajir, assim como Garissa, são palcos frequentes de ataques islamitas. Em 2014, ao menos 200 pessoas morreram e outras tantas ficaram feridas no Quênia em ataques reivindicados pelos shebab ou atribuídos a eles, de acordo com um balanço da AFP. O ataque de maior impacto reivindicado pelos shebab somalis foi a invasão, em setembro de 2013, do shopping Westgate em Nairóbi, que terminou com 67 mortos. Também executaram uma série de ataques violentos em localidades da costa queniana em junho e julho de 2014, onde pelo menos 96 pessoas foram executadas a sangue frio.
Fonte: AFP
Correio do Povo
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