População
protesta com buzinaço nas proximidades do Fórum
Crédito: Rádio
Uirapuru
O advogado Maurício Dal Agnol, apontado pela Polícia Federal
como líder de uma quadrilha que teria desviado mais de R$ 100 milhões de
clientes em ações ganhas na justiça de empresa de telefonia, se apresentou no
final da tarde de quarta-feira, ao juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de
Passo Fundo. Ele se apresentou 13 dias antes do encerramento do prazo de
salvo-conduto concedido pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do
Estado.
Maurício Dal Agnol chegou ao Fórum às 17h45m numa caminhonete
Land Rover acompanhado por advogados e seguranças entrando rapidamente no
prédio.
Ele se dirigiu a 3ª Vara Criminal, no terceiro andar do prédio,
de onde os jornalistas, que o esperavam desde o início do expediente, haviam
sido afastados pelos seguranças do Fórum por ordem da juíza. Sem a presença da
imprensa, ele entrou e entregou o passaporte como havia sido determinado pelo
Tribunal de Justiça.
Além disso, o advogado foi informado das outras condições
cautelares impostas pela 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado,
quando do deferimento da suspensão da ordem de prisão preventiva e da concessão
do salvo-conduto de 30 dias para que se apresentasse em juízo.
Ele terá que comparecer semanalmente, em juízo, às segunda e
sextas-feiras, para informar e justificar suas atividades; proibição de manter
contatos com as vítimas, salvo se tiver autorização judicial expressa. Além
disso, ele terá recolhimento domiciliar, diariamente, no período entre 21h e 6h
do dia seguinte. A fiança arbitrada em R$ 1.626,734,75 já havia sido paga dias
atrás pelos seus advogados.
O cumprimento das formalidades de apresentação de Dal Agnol
durou pouco mais de 30 minutos. Assim que à Rádio Uirapuru começou a noticiar
que o advogado havia se apresentado, motoristas que passavam pela rua em frente
e nos fundos do Fórum promoveram um buzinaço de protesto e um grande número
de populares se concentraram nas duas saídas do prédio. Na saída, o advogado
teve que passar pelo meio de populares, que aos gritos de “ladrão, ladrão"
exigiam justiça.
Protegido pelos seguranças, ele embarcou na Land Rover saindo
rapidamente com o semblante fechado e sem responder perguntas feitas por
jornalistas. Ele estava sumido de Passo Fundo desde o dia 21 de abril, quando a
Polícia Federal desbaratou, durante a Operação Carmelina, a quadrilha formada
por advogados e contadores que teria lesado mais de 30 mil clientes no Rio
Grande do Sul.
Segundo a Polícia Federal, a quadrilha liderada por Dal Agnol se
apropriava indebitamente de valores ganhos por clientes em ações contra a
Brasil Telecom. A quadrilha não repassada os valores ou pagava quantia inferior
ao que havia sido determinado pela justiça. O delegado federal Mário Luiz
Vieira, que comandou a investigação, estima que mais de 30 mil clientes foram
lesados.
O nome da operação Carmelina é uma referência a uma das clientes
do advogado, que não recebeu o dinheiro da ação a que tinha direito e morreu de
câncer.
Fonte: Rádio Uirapuru | Passo Fundo
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