Carro das vítimas foi roubado e ainda não foi recuperado
Chácara onde ocorreu o crime fica na localidade de Ati AçuFoto: Vera Lúcia Rebonatto / Jornal A Região
Vingança é a principal linha de investigação dos agentes a Polícia Civil que apuram o caso de triplo homicídio ocorrido em um sítio no interior de Sarandi, cidade agrícola do norte do Estado. Os tiros foram disparados de uma espingarda calibre 12, a pouca distância.
Dois homens, Augusto Paulo Baratto, 71 anos, e Luís Edemar Gandini, 54 anos, estavam sentados no pátio do sítio quando foram alvejados. A mulher de Baratto, Eloísa Petri Baratto, 68 anos, estava no porão da casa e tentou se proteger, fechando a porta. Um disparo de fora a atingiu no braço. Um outro tiro, disparado também a pouca distância, a matou.
— Além da vingança, não descartamos ter acontecido um latrocínio (roubo com morte), já que levaram o carro da família — explica o delegado Márcio Marodin.
O crime foi cometido por volta das 14h de segunda-feira. O casal estava no sítio da família, que fica em um lugar isolado de Sarandi, acompanhados pelo jardineiro Gandini. Era rotina deles retornar para casa, no centro da cidade, no final do dia. Como não retornaram, um parente foi até o sítio e os encontrou mortos. A polícia chegou no local no final da noite de segunda.
A notícia da morte de Baratto se espalhou na região. Os agentes policiais acreditam ter uma boa chance de encontrar uma explicação para o triplo homicídio na história de Baratto, um homem que ganhou fama de valente, na região e no Mato Grosso, estado onde viveu alguns anos. Nos anos 1950 e 1960 a região era sacudida por disputas políticas e por terra. Ele era contratado como uma espécie de segurança por aqueles que se julgavam ameaçados. Nos anos 1980, quando, em Sarandi e arredores, acabaram as disputas por terra e a política se civilizou, ele migrou para o Mato Grosso, onde teria desempenhado a mesma função. Há alguns anos, ele retornou ao Rio Grande do Sul para usufruir a aposentadoria em Sarandi.
Dos velhos tempos, Baratto cultivou um costume: desconfiar de pessoas estranhas. Pelas evidências encontradas no local do crime, porém, ele teria sido surpreendido e morto sentado, sem chance de reação. O que também pode significar que o autor dos disparos fosse pessoa da sua confiança.
Fonte: Carlos Wagner / ZERO HORA
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