sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Caso da menina de seis anos que se perdeu em matagal em Joinville pode ser inconclusivo

No quarto, Danielle com os presentes que recebeu:imagem 31
  No quarto, Danielle com os presentes que recebeu
  Crédito: Salmo Duarte/Agencia RBS


     Um mês se passou, mas o que aconteceu entre o dia do desaparecimento e o momento da localização da menina Danielle Esser, de seis anos, ainda é um ponto cego na investigação.

     O sumiço da garotinha, que havia se mudado poucos dias antes com a mãe de Garuva para o bairro Paranaguamirim, na zona Sul de Joinville, causou comoção no início de janeiro e mobilizou equipes de resgate em mais de 60 horas de buscas. 

     Apesar de o caso completar um mês nesta sexta, o inquérito policial não deve ser encerrado sem um último parecer da psicóloga que acompanha os depoimentos da criança. Caso nenhuma pista nova venha à tona, a investigação pode ser concluída sem autoria definida.

     Como a menina apareceu sozinha em um sítio, sem que nenhum suspeito tenha sido localizado, o caso permaneceu inconclusivo. Pelos arranhões que tinha em todo o corpo, uma certeza é de que Danielle realmente ficou algum tempo em meio à mata fechada.

     Mas, como os médicos não constataram sinais de violência, também é certo que ninguém a agrediu fisicamente. O que teria levado alguém a sumir com a menina para depois supostamente abandoná-la, conforme a narrativa inicial da menina, é a pergunta que ainda intriga a polícia.

     Só quem pode colocar fim às dúvidas, acredita a delegada Alessandra Rabello, é a própria Danielle. O problema, segundo a delegada, é que as versões contadas pela menina desde o dia em que reapareceu são contraditórias. 

     — Trabalhar com criança é difícil. Precisamos ter cautela para não induzir as respostas —, alerta.

     Uma psicóloga já ouviu Danielle e deve voltar a conversar com ela nos próximos dias. Dependendo do que a profissional concluir, o inquérito pode ter continuidade com a elaboração de um retrato falado. 

     — Precisaríamos ver essa possibilidade com o Instituto Geral de Perícias. Nesse momento, seria muito precário buscar um retrato falado diante de informações contraditórias —, observa a delegada.

Menina retoma rotina normal

     O episódio em Joinville fez com que a família de Danielle voltasse a morar em Garuva. O pai dela, Wilmar Esser, 41 anos, conta que a garotinha está de bem com a vida, como se nada tivesse acontecido. Mas a busca por uma explicação, segundo o caminhoneiro, ainda tira o sono da família. 

     — Isso não foi esquecido. Estamos cobrando. Infelizmente, a coisa está andando num ritmo lento —, lamenta.

     Wilmar confirma que Danielle contou versões diferentes sobre seu desaparecimento, mas diz entender que a investigação deveria se concentrar nas primeiras informações contadas pela filha. 

     — Ela é uma criança. É claro que vai acabar falando outras coisas depois de tanto tempo. O que ela contou logo quando apareceu é que deve ser considerado —, opina.

     A família prepara uma festa de aniversário para Danielle no próximo dia 16. O pai faz questão de convidar a vizinhança para que todos vejam a menina em um momento feliz.

     Danielle desapareceu em 3 de janeiro, o segundo dia depois da mudança para o bairro Paranaguamirim, onde passaria a morar com a mãe, Gislaine Tobier, 22, e os irmãos na casa da avó materna. Ela foi encontrada no Loteamento Jardim Edilene, no mesmo bairro, com arranhões pelo corpo e rosto, e os pés machucados.

     A menina contou ter tomado água de poças e comido frutas do mato. Estava quase cinco quilômetros distante de onde havia sido vista pela última vez.


Fonte: Roelton Maciel / DIÁRIO CATARINENSE

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