sexta-feira, 8 de março de 2013

Bruno é condenado a 22 anos de prisão pela morte de Eliza

Após quatro dias de julgamento, juíza considera goleiro "mandante de uma trama diabólica"
   Sentença foi lida na madrugada desta sexta-feira, em Contagem (MG)
   Crédito: Samuel Costas / Jornal Hoje em Dia / CP


     Bruno Fernandes foi condenado a 22 anos e três meses de prisão pela morte e ocultação de cadáver da ex-amante Eliza Samudio, em 2010, e pelo sequestro e cárcere privado do filho que teve com ela. A sentença foi lida pela juíza Marixa Fabiane Lopes Rodrigues às 2h22min desta sexta-feira, após quatro dias de julgamento no Fórum de Contagem (MG). Já a outra acusada, Dayanne Rodrigues do Carmo, ex-mulher de Bruno, foi absolvida por 4 votos a 3, como havia sido solicitado pela Promotoria.

     Na sentença, a juíza pegou pesado com o jogador. Afirmou que ele demonstra ter uma séria "subversão de valores", uma "personalidade desvirtuada" e o considerou "mandante de uma trama diabólica". 

     Com a admissão de Bruno de que Eliza foi assassinada (e ele foi informado do que ocorreu), a defesa se distanciou da linha inicial de argumentação, em que destacava não haver corpo e realçava dúvidas sobre o próprio assassinato. Os defensores de Bruno chegaram a falar em uma pena "em torno de dez anos", por uma "participação menor" no crime e pediram reiteradamente aos jurados que fizessem justiça.

     O advogado Lúcio Adolfo destacou que a imprensa já havia sentenciado os réus e "esperava a condenação" também por parte do conselho de sentença. Na sequência, distribuiu vendas às cinco mulheres e dois homens do júri, lembrando que a Justiça "é cega".

   Dayanne Rodrigues foi absolvida pelo sequestro e cárcere do filho de Eliza
   Crédito: Samuel Costas / Jornal Hoje em Dia / CP

     O dia começou com um pedido de reinterrogatório dos dois réus. Dayanne confirmou que recebeu telefonemas do então policial civil José Lauriano de Assis Filho, o Zezé, orientando sobre para quem deveria entregar o filho de Eliza e Bruno, quando tiveram início as investigações. Segundo Dayanne, Zezé agia por ordem de Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, braço direito de Bruno, condenado em novembro pelo assassinato.

     Dayanne contou que tinha e tem medo do ex-policial. "Pelo que Bruno falou, minhas filhas correm risco. Tinha medo e estou com medo agora, tanto dele (Zezé) quanto do Macarrão e da situação", declarou. Considerando que ela agiu sob pressão, o promotor pediu a absolvição.

     Bruno, por sua vez, afirmou que "sabia e imaginava" que Eliza seria morta quando deixou seu sítio em Esmeraldas, na companhia de Macarrão e de Jorge Rosa. Em depoimento na quarta-feira, o goleiro já havia assumido que a ex-amante foi assassinada e admitiu que "aceitou" e "se beneficiou" do crime, mas ressaltou que só soube do homicídio após ter ocorrido.

     Nesta quinta, em nova declaração, alegou que sabia que Eliza ia morrer "pelas constantes agressões" de Macarrão contra a moça e "pelo fato de ter entregado dinheiro para ela", que cobrava ajuda para cuidar do bebê.


Fonte: ESTADÃO conteúdo
Correio do Povo

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