Levantamento da prefeitura aponta que 286
venezuelanos residem em Canoas
Foto: Alina Souza / CP Memória
Um grupo de 13 venezuelanos, homens e mulhares,
que estão há quase três meses no Brasil, foram desligados do programa de
acolhimento da prefeitura de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre,
no final de novembro. Um outro homem acusado de violência doméstica contra a esposa
e a filha de 15 anos foi expulso do abrigo.
Segundo a prefeitura, eles não respeitaram as
regras de convivência no Centro Temporário de Acolhimento (CTA) Farroupilha e
Argentina, localizados nos bairros Igara e São José. A secretária de
Desenvolvimento Social, Luísa Camargo, disse que durante 70 dias a
administração municipal tentou um diálogo com os venezuelanos para que
respeitassem às normas dos abrigos.
"Não adiantou. Eles descumpriram as regras
ao se envolverem com drogas, bebidas e brigas", destacou. A secretária
informou que a medida foi adotada para proteger as famílias e as crianças que
vivem nos dois CTAs e que possuem um comportamento exemplar. Um levantamento da
prefeitura aponta que 286 venezuelanos residem em Canoas.
De acordo com a secretária de Desenvolvimento
Social de Canoas, o estopim do desligamento do grupo foi uma briga ocorrida no
dia 24 de novembro em que um dos venezuelanos teve de ser socorrido após
receber uma facada. Segundo Luísa Camargo, as confusões começaram no mês de setembro
quando os imigrantes começaram a realizar festas, a utilizar bebidas alcoólicas
e maconha dentro dos abrigos.
"É expressamente proibido pelo Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) esse tipo de
atitude", ressaltou. A secretária informou que o grupo desligado e o homem
expulso terão que procurar casa para morar. "Se querem fazer festa é
melhor que aluguem um imóvel. Ficamos mais de dois meses trabalhando as regras
de convivência. Chegou o momento de decidirmos e optamos pelo desligamento.
Alguns não querem trabalhar e tem um entendimento de que a Organização das
Nações Unidas (ONU) e a cidade têm obrigação com eles. Não é bem assim",
explicou.
Cerca de três mil venezuelanos foram acolhidos em
23 municípios dos seguintes estados: Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Paraíba,
Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul,
Santa Catarina e São Paulo, além do Distrito Federal. A iniciativa conta com o
apoio do Acnur, da Organização Internacional para as Migrações (OIM), do Fundo
de População das Nações Unidas (UNFPA) e do Programa das Nações Unidas para o
Desenvolvimento (Pnud).
Cláudio Isaías
Correio do Povo
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