quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Secretaria confirma abate de 300 cervos do Pampas Safari

Pasta justificou liberação por riscos de contaminação com tuberculose bovina

Pasta justiticou liberação por riscos de contaminação com tuberculose bovina | Foto: Alina Souza / CP Memória
   Pasta justiticou liberação por riscos de contaminação com tuberculose bovina
   Foto: Alina Souza / CP Memória

A Secretaria de Agricultura do Estado confirmou o abate de 300 cervos do Pampas Safari, em Gravataí. A operação, iniciada no dia 30 de novembro, foi encerrada no dia 12 de dezembro. Os animais foram mortos por suspeita de tuberculose bovina, descoberta ainda em 2017.

De acordo com o diretor-geral da Secretaria, Antônio Machado de Aguiar, o abate é o procedimento recomendado em situações do tipo. Segundo ele, embora os animais não fossem destinados ao consumo humano, a transmissão da doença poderia ocorrer por outras vias. Aguiar também recorreu à lei para explicar a decisão. “Não há legislação que diga que animais domésticos tenham tratamento diferente dos silvestres.”

O abate dos cervos estava impedido devido a liminares. Porém, em fevereiro o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS) reverteu de forma definitiva essa proibição. Após isso, os proprietários do Pampas Safari iniciaram o processo junto a Secretaria de Agricultura e o Ibama para seguir com o abate.

Deputada reconhecida pela defesa da causa animal, Regina Becker Fortunati (PTB) disse estar “de luto” em razão da morte dos cervos. Na avaliação da parlamentar o processo foi feito de forma pouco transparente. “Foi tudo feito na calada da noite. Mais que uma questão sanitária, o abate foi para não atrapalhar os negócios de uma família interessada.”

Aguiar rechaçou de forma veemente a acusação de falta de transparência: “Falar em sigilo é uma mentira deslavada. A empresa exerceu o seu direito sobre a propriedade”. O diretor garante que processos como este são recorrentes na Secretaria de Agricultura. “Não tenho obrigação de anunciar aos quatro cantos, mas todo o processo foi público.”


Correio do Povo

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