Pasta justiticou liberação por riscos de
contaminação com tuberculose bovina
Foto: Alina Souza / CP Memória
A Secretaria de Agricultura do Estado confirmou o
abate de 300 cervos do Pampas Safari, em Gravataí. A operação, iniciada no dia
30 de novembro, foi encerrada no dia 12 de dezembro. Os animais foram mortos
por suspeita de tuberculose bovina, descoberta ainda em 2017.
De acordo com o diretor-geral da Secretaria,
Antônio Machado de Aguiar, o abate é o procedimento recomendado em situações do
tipo. Segundo ele, embora os animais não fossem destinados ao consumo humano, a
transmissão da doença poderia ocorrer por outras vias. Aguiar também recorreu à
lei para explicar a decisão. “Não há legislação que diga que animais domésticos
tenham tratamento diferente dos silvestres.”
O abate dos cervos estava impedido devido a
liminares. Porém, em fevereiro o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
(TJ-RS) reverteu de forma definitiva essa proibição. Após isso, os
proprietários do Pampas Safari iniciaram o processo junto a Secretaria de
Agricultura e o Ibama para seguir com o abate.
Deputada reconhecida pela defesa da causa animal,
Regina Becker Fortunati (PTB) disse estar “de luto” em razão da morte dos
cervos. Na avaliação da parlamentar o processo foi feito de forma pouco
transparente. “Foi tudo feito na calada da noite. Mais que uma questão
sanitária, o abate foi para não atrapalhar os negócios de uma família
interessada.”
Aguiar rechaçou de forma veemente a acusação de
falta de transparência: “Falar em sigilo é uma mentira deslavada. A empresa
exerceu o seu direito sobre a propriedade”. O diretor garante que processos
como este são recorrentes na Secretaria de Agricultura. “Não tenho obrigação de
anunciar aos quatro cantos, mas todo o processo foi público.”
Correio do Povo
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