Paciente também apresenta queimaduras nas vias
aéreas em decorrência da inalação de fumaça e ar quente | Foto: Guilherme
Almeida
Maria Ana Zanetti, de 68 anos, moradora do apartamento que explodiu na manhã dessa quarta-feira, em
Farroupilha, na Serra Gaúcha, segue internada em estado "muito
grave" na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Unimed, em Caxias do
Sul. "A previsão inicial dos médicos é de que ela fique entre 30 e 40 dias
internada porque os ferimentos requerem muitos cuidado e é considerado de alto
risco. Está sendo tudo muito horrível. A gente acha que isso nunca vai
acontecer com a gente", relatou a filha Andreia Mutzemberg Cenci à
reportagem do Correio do Povo.
A paciente sofreu queimaduras em mais de 80% da
superfície do corpo, a maioria de segundo grau, e deu entrada na instituição às
11h38min de quarta. Ela também apresenta queimaduras nas vias aéreas em
decorrência da inalação de fumaça e ar quente. Maria Ana foi inicialmente
encaminhada para o Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha, onde
recebeu os primeiros atendimentos.
Depois, foi transferida para Hospital Unimed, em
Caxias. O local não dispõe de uma ala específica para queimados, mas a paciente
está tendo o acompanhamento necessário. Lá, foi avaliada por uma cirurgiã
plástica que determinou o grau de lesão e realizou os curativos iniciais.
Andreia conta que, no momento da explosão, a mãe
estava sozinha na residência. "Eu estava na chácara da família, que fica a
cerca de um quilômetro do centro de Farroupilha. Fiquei sabendo da explosão por
uma ligação do meu pai, que tinha saído para trabalhar uma meia hora antes de
tudo acontecer. Eu fui direto para o hospital da cidade, onde consegui falar
com ela antes de a entubarem e sedarem", comentou.
Na conversa, a mãe lhe disse que ia preparar o
café da manhã na cozinha. Ao acender a luz do cômodo, ocorreu a explosão. Nem
Maria Ana nem o marido tinham sentido cheiro de vazamento de gás nas semanas
anteriores. "Foi um choque muito grande vê-la. Apesar dos ferimentos, ela
se mostrou bastante lúcida", afirmou.
Feridos e destruição
Além de Maria Ana Zanetti, outras 13 pessoas também ficaram feridas. Um homem que
passava em frente ao prédio no momento do acidente foi atingido por escombros e
as demais vítimas procuraram o pronto-socorro do São Carlos por inalação de
fumaça. Elas foram liberadas no mesmo dia. Um guincho foi chamado para a
retirada de um Toyota Corolla, que foi atingido por blocos de concretos.
O edifício está situado na rua da Independência,
uma das principais de Farroupilha, em frente à Praça da Matriz, onde há um
terminal de ônibus. Como a via está bloqueada, todos os itinerários da cidade
foram desviados. O embarque e desembarque estão sendo realizados em frente à
prefeitura municipal.
Perícia retoma trabalhos
Horas após a explosão, a edificação foi liberada
parcialmente no turno da manhã para que os moradores retirassem seus pertences
e, a partir disso, permanece interditada até que o Corpo de Bombeiros tenha
acesso aos laudos técnicos necessários: um deles do Instituto-Geral de Perícias
(IGP), que deve apontar a causa da explosão e o outro da equipe de engenheiros
da Prefeitura, o qual indicará propostas de escoramento da estrutura.
"A nossa parte, em termos de contenção do
fogo e isolamento da área já foi feita, agora depende da agilidade dos peritos
e do IGP. Pela minha experiência, entre três dias e uma semana nós teremos um
resultado", disse o comandante do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros
Militar, tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro. Os estabelecimentos
localizados no térreo do prédio permaneceram fechados por tempo
indeterminado, pois ainda não há confirmação sobre a segurança da estrutura.
Eric Raupp
Correio do Povo
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