quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Moradora de apartamento que explodiu na Serra pode ficar até 40 dias internada

Maria Ana Zanetti segue em estado grave, com queimaduras em 80% do corpo

Paciente também apresenta queimaduras nas vias aéreas em decorrência da inalação de fumaça e ar quente | Foto: Guilherme Almeida
Paciente também apresenta queimaduras nas vias aéreas em decorrência da inalação de fumaça e ar quente | Foto: Guilherme Almeida

Maria Ana Zanetti, de 68 anos, moradora do apartamento que explodiu na manhã dessa quarta-feira, em Farroupilha, na Serra Gaúcha, segue internada em estado "muito grave" na Unidade de Terapia Intensiva do Hospital Unimed, em Caxias do Sul. "A previsão inicial dos médicos é de que ela fique entre 30 e 40 dias internada porque os ferimentos requerem muitos cuidado e é considerado de alto risco. Está sendo tudo muito horrível. A gente acha que isso nunca vai acontecer com a gente", relatou a filha Andreia Mutzemberg Cenci à reportagem do Correio do Povo.

A paciente sofreu queimaduras em mais de 80% da superfície do corpo, a maioria de segundo grau, e deu entrada na instituição às 11h38min de quarta. Ela também apresenta queimaduras nas vias aéreas em decorrência da inalação de fumaça e ar quente. Maria Ana foi inicialmente encaminhada para o Hospital Beneficente São Carlos, em Farroupilha, onde recebeu os primeiros atendimentos.


Depois, foi transferida para Hospital Unimed, em Caxias. O local não dispõe de uma ala específica para queimados, mas a paciente está tendo o acompanhamento necessário. Lá, foi avaliada por uma cirurgiã plástica que determinou o grau de lesão e realizou os curativos iniciais.

Andreia conta que, no momento da explosão, a mãe estava sozinha na residência. "Eu estava na chácara da família, que fica a cerca de um quilômetro do centro de Farroupilha. Fiquei sabendo da explosão por uma ligação do meu pai, que tinha saído para trabalhar uma meia hora antes de tudo acontecer. Eu fui direto para o hospital da cidade, onde consegui falar com ela antes de a entubarem e sedarem", comentou.

Na conversa, a mãe lhe disse que ia preparar o café da manhã na cozinha. Ao acender a luz do cômodo, ocorreu a explosão. Nem Maria Ana nem o marido tinham sentido cheiro de vazamento de gás nas semanas anteriores. "Foi um choque muito grande vê-la. Apesar dos ferimentos, ela se mostrou bastante lúcida", afirmou.

Feridos e destruição 

Além de Maria Ana Zanetti, outras 13 pessoas também ficaram feridas. Um homem que passava em frente ao prédio no momento do acidente foi atingido por escombros e as demais vítimas procuraram o pronto-socorro do São Carlos por inalação de fumaça. Elas foram liberadas no mesmo dia. Um guincho foi chamado para a retirada de um Toyota Corolla, que foi atingido por blocos de concretos.

O edifício está situado na rua da Independência, uma das principais de Farroupilha, em frente à Praça da Matriz, onde há um terminal de ônibus. Como a via está bloqueada, todos os itinerários da cidade foram desviados. O embarque e desembarque estão sendo realizados em frente à prefeitura municipal.

Perícia retoma trabalhos

Horas após a explosão, a edificação foi liberada parcialmente no turno da manhã para que os moradores retirassem seus pertences e, a partir disso, permanece interditada até que o Corpo de Bombeiros tenha acesso aos laudos técnicos necessários: um deles do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que deve apontar a causa da explosão e o outro da equipe de engenheiros da Prefeitura, o qual indicará propostas de escoramento da estrutura.

"A nossa parte, em termos de contenção do fogo e isolamento da área já foi feita, agora depende da agilidade dos peritos e do IGP. Pela minha experiência, entre três dias e uma semana nós teremos um resultado", disse o comandante do 5º Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar, tenente-coronel Julimar Fortes Pinheiro. Os estabelecimentos localizados no térreo do prédio  permaneceram fechados por tempo indeterminado, pois ainda não há confirmação sobre a segurança da estrutura.


Eric Raupp
Correio do Povo

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