Diálogo foi interrompido durante ataques aéreos dos EUA,
condenados por Moscou
Pentágono pede que Rússia mantenha canal de
comunicação aberto
Foto: Carmen Stevenson / U.S. Department of
Defense / CP
O
departamento americano de Defesa, o Pentágono, convocou nesta sexta-feira sua
contraparte militar russa a manter abertos os canais de comunicação,
interrompidos abruptamente na quinta-feira em meio aos ataques dos Estados Unidos.
A linha direta havia sido estabelecida em 2015, pouco depois de a Rússia se envolver
definitivamente no conflito sírio, para tentar evitar eventuais problemas ou
mal-entendidos entre americanos e russos.
Na
quinta-feira, militares americanos utilizaram a linha direta para alertar a Rússia sobre o ataque ordenado pelo
presidente Donald Trump contra uma base aérea síria perto da cidade de Homs. Em
resposta, de acordo com o Pentágono, a parte russa anunciou que suspenderá
qualquer cooperação com os americanos no caso da Síria. "A parte russa
suspendeu os efeitos de um memorando para a prevenção de acidentes e para
melhorar a segurança dos voos sobre operações na Síria, que havia sido acordado
com os Estados Unidos", afirmou o ministério do Exterior russo em um
comunicado.
Nesta
sexta-feira, um porta-voz do Pentágono, o Major Adrian Rankine-Galloway,
expressou sua esperança de que a Rússia reconsidere esta posição. "O
departamento de Defesa mantém o desejo de um diálogo através do canal sobre
segurança de voos", disse. O porta-voz acrescentou que "é em
benefício de todas as partes que operam no espaço aéreo da Síria evitar
acidentes e erros de cálculo, e esperamos que o ministério russo da Defesa
chegue a esta mesma conclusão".
Esta
linha direta funcionava entre um centro americano de operações no Catar e um
centro russo operando a partir de território sírio. Trata-se simplesmente de
uma linha telefônica direta atendida permanentemente e que do lado americano
inclui um oficial que fala russo. A linha, informou o Pentágono, havia sido
utilizada quase diariamente desde que foi instalada.
A decisão
de não utilizar esta linha pode aumentar significativamente os riscos tanto
para os pilotos quanto para as forças terrestres. A Rússia também anunciou que reforçará a defesa antiaérea na Síria,
em especial para proteger elementos fundamentais da sua infraestrutura.
AFP
Correio
do Povo
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