Paulo
Rocha analisa a possibilidade de pedir a cassação do senador licenciado
Paulo Rocha analisa a possibilidade de pedir a
cassação do senador licenciado
Foto: Marcos Oliveira / Agência Senado / CP
O líder
do PT no Senado, Paulo Rocha (PA), acredita que a gravação de conversa revelada entre
o ministro do Planejamento, Romero Jucá, e o ex-presidente da Transpetro,
Sérgio Machado, é a confirmação de um acordo para retirar a presidente da
República afastada, Dilma Rousseff. Ele acusa o PSDB de participar da
negociação e analisa a possibilidade de pedir a cassação de Jucá, que é
senador licenciado.
"Isso
só confirma aquilo que já falávamos há alguma tempo, confirma o golpe contra
Dilma", disse o senador. Em reportagem desta segunda-feira, o jornal Folha
de S. Paulo revelou a conversa em que Jucá sugere a existência de um pacto
para obstruir a operação Lava Jato e diz que é preciso trocar o governo para
"estancar a sangria". No diálogo, Jucá e Machado sugerem que
Temer poderia "construir um pacto nacional", inclusive com o Supremo.
O petista
comparou a situação com o grampo da conversa entre Dilma e o ex-presidente
Lula, em que a presidente foi acusada de adiantar a nomeação de Lula ao
Ministério da Casa Civil como uma forma de protegê-lo da operação Lava
Jato. "Um diálogo em que nada foi dito claramente foi suficiente para
conseguirem eliminar o Lula e impedir que ele assumisse um ministério
porque estaria obstruindo a Justiça. E agora, como ficará com o
Jucá?", indagou.
PSDB
Na
leitura do líder do PT, o áudio confirma que houve um "acordão" para
travar a operação Lava Jato e que o PSDB faz parte do acordo. "A gravação
revela todo o esquema do PSDB via Aécio", diz Paulo Rocha. O
presidente do PSDB, Aécio Neves (MG), é citado seis vezes na conversa.
Segundo
Jucá, "caiu a ficha" de que a Lava Jato também chegaria nos tucanos.
Além de Aécio, ele menciona o agora ministro das relações exteriores, José
Serra (PSDB-SP), e os senadores Aloysio Nunes (PSDB-SP) e Tasso Jereissati
(PSDB-SP).
Cassação
De acordo com o líder do PT, os senadores da oposição ainda consideram a
possibilidade de pedir a cassação de Jucá, que é senador licenciado do PMDB.
Mas Paulo Rocha comparou o caso dele com o do ex-senador Delcídio Amaral,
que foi recentemente cassado por quebra de decoro parlamentar.
"Por
muito menos do que isso, nós acabamos de cassar o senador Delcídio. Para o
Senado ter coerência política, vamos ter que discutir isso agora", disse.
Assim como Jucá, Delcídio foi pego em um áudio em que supostamente tentava
obstruir as investigações da operação Lava Jato. Ele tentava negociar um plano
de fuga para o diretor internacional da Petrobras, Nestor Cerveró.
ESTADÃO
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Correio
do Povo
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