Presidente
do Senado também sugeriu negociar com STF transição de Dilma Rousseff
Calheiros diz apoiar mudança na lei da delação
premiada em conversa gravada
Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom / Agência Brasil
/ CP
Depois do
senador Romero Jucá, o presidente do Senado, Renan Calheiros, foi flagrado em
conversas com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Segundo o jornal
Folha de São Paulo, na conversa entre ambos, Calheiros disse que apoia uma
mudança na lei que trata da delação premiada para impedir que um preso se torne
delator, expediente utilizado na Operação Lava Jato, da Polícia Federal (PF).
Durante o
diálogo, Renan ainda sugeriu que seria possível negociar com membros do Supremo
Tribunal Federal (STF) a "transição" da presidente afastada Dilma
Rousseff. Conforme a Folha, Machado gravou ao menos duas conversas com Renan
Calheiros, além de ter feito o mesmo com Jucá.
Em outro
trecho da conversa, Machado sugeriu um pacto, que significaria passar a borracha
no Brasil. Renan respondeu da seguinte forma: "antes de passar a borracha,
precisa fazer três coisas, que alguns do Supremo (inaudível) fazer. Primeiro
não pode delação premiada preso. Primeira coisa. Porque aí você regulamenta a
delação."
De acordo
com a Folha, Machado teria procurado Renan Calheiros, Romero Jucá e José Sarney
porque temia ser preso e virar um réu colaborador. "Ele está querendo me
seduzir, p....Mandando recado", disse Machado a Renan em referência ao
procurador da República, Rodrigo Janot. Renan, na conversa, ataca decisão do
STF de manter uma pessoa presa após a sua segunda condenação.
Indignação
e medo
No
diálogo, Machado defende a unidade de ministros e quer saber a razão para Dilma
não negociar com membros do STF. Renan respondeu: "Porque todos estão
p...com ela".
Renan ainda relata que todos os políticos estão com medo da Operação Lava Jato e cita que o senador Aécio Neves chegou a procurá-lo para saber mais sobre a delação de Delcídio do Amaral. "Aécio está com medo. (me procurou). 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'", contou.
Renan ainda relata que todos os políticos estão com medo da Operação Lava Jato e cita que o senador Aécio Neves chegou a procurá-lo para saber mais sobre a delação de Delcídio do Amaral. "Aécio está com medo. (me procurou). 'Renan, queria que você visse para mim esse negócio do Delcídio, se tem mais alguma coisa'", contou.
Em outro
momento da conversa, Renan cita a delação da empreiteira Odebrecht e disse que
informações "vão mostrar as contas", em uma referência à campanha de
Dilma Rousseff. Machado responde que "ninguém escapa, de nenhum
partido". "Do Congresso, se sobrar cinco ou seis, é muito.
Governador, nenhum", completou.
Por meio
de sua assessoria, o presidente do Senado, Renan Calheiros, informou que
diálogos não mostram qualquer menção ou tentativa de interferir na Lava Jato ou
soluções anômalas. "E não seria o caso porque nada vai interferir nas
investigações", acrescentou a nota.
Fonte:
Correio do Povo
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