Deputado contrariou orientação do partido e votou pela
admissibilidade do afastamento da presidente, em abril
Deputado contrariou orientação do partido e
votou pela admissibilidade do afastamento da presidente, em abril
Foto: Lucio Bernardo Jr / Câmara dos Deputados
/ CP
O
deputado federal Giovani Cherini (PDT/RS) foi expulso da sigla, na tarde desta
segunda-feira, durante reunião nacional do partido no Rio de Janeiro. Conforme
a assessoria de comunicação do PDT, a decisão pela expulsão foi tomada por
volta das 17h, motivada pela desobediência de seis parlamentares pedetistas que
votaram contra a orientação do partido em relação ao processo de
admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Anteriormente, os
deputados Sérgio Vidigal (PDT/ES) e Flávia Morais (PDT/GO) foram sancionados
com o afastamento da sigla, pelo período de 40 dias. Dentro desse prazo, eles
serão observados pelo partido e, ao término, submetidos a novo julgamento.
Outros
três deputados ainda serão submetidos a julgamento, mas a tendência é de que
apenas Cherini seja expulso. A justificativa do partido para optar pela
expulsão apenas do gaúcho foi o comportamento do parlamentar antes da votação
da admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara, em 17 de abril.
Cherini, conforme o partido, usou redes sociais e falou abertamente à imprensa
sobre o posicionamento que tinha acerca da questão. O PDT ameaçou todos de
expulsão, à época, incluindo os senadores, que serão julgados em separado em
data ainda indefinida.
Durante o
programa Esfera Pública de hoje, na Rádio Guaíba, ao comentar o risco de
expulsão após quase três décadas no partido, Cherini afirmou: “o PDT vai perder
com isso e eu vou perder com isso. Seremos dois derrotados”. Ainda de acordo
com o parlamentar gaúcho, em relação a possíveis tratamentos diferenciados entre
deputados e senadores do partido que votaram pelo impeachment (o que já se
confirmou), ele disse que “neste país, muitas injustiças acontecem”.
Questionado
sobre uma nova sigla, o deputado disse que “muitos partidos” o procuraram.
Cherini ainda ressaltou os “expressivos resultados nas urnas” e os 28 anos de
militância no PDT. Justificando a desobediência acerca da orientação do
partido, o deputado disse que “votou com a vontade de boa parte do Brasil”.
Como o
desligamento de Cherini não foi voluntário, e sim motivado por expulsão, o
mandato segue mantido.
Ananda Müller/Rádio Guaíba
Correio do Povo
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