segunda-feira, 30 de maio de 2016

Após defender impeachment de Dilma, Giovani Cherini é expulso do PDT

Deputado contrariou orientação do partido e votou pela admissibilidade do afastamento da presidente, em abril

Deputado contrariou orientação do partido e votou pela admissibilidade do afastamento da presidente, em abril  | Foto: Lucio Bernardo Jr / Câmara dos Deputados / CP
   Deputado contrariou orientação do partido e votou pela admissibilidade do afastamento da presidente, em abril
   Foto: Lucio Bernardo Jr / Câmara dos Deputados / CP

O deputado federal Giovani Cherini (PDT/RS) foi expulso da sigla, na tarde desta segunda-feira, durante reunião nacional do partido no Rio de Janeiro. Conforme a assessoria de comunicação do PDT, a decisão pela expulsão foi tomada por volta das 17h, motivada pela desobediência de seis parlamentares pedetistas que votaram contra a orientação do partido em relação ao processo de admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Anteriormente, os deputados Sérgio Vidigal (PDT/ES) e Flávia Morais (PDT/GO) foram sancionados com o afastamento da sigla, pelo período de 40 dias. Dentro desse prazo, eles serão observados pelo partido e, ao término, submetidos a novo julgamento.

Outros três deputados ainda serão submetidos a julgamento, mas a tendência é de que apenas Cherini seja expulso. A justificativa do partido para optar pela expulsão apenas do gaúcho foi o comportamento do parlamentar antes da votação da admissibilidade do processo de impeachment pela Câmara, em 17 de abril. Cherini, conforme o partido, usou redes sociais e falou abertamente à imprensa sobre o posicionamento que tinha acerca da questão. O PDT ameaçou todos de expulsão, à época, incluindo os senadores, que serão julgados em separado em data ainda indefinida.

Durante o programa Esfera Pública de hoje, na Rádio Guaíba, ao comentar o risco de expulsão após quase três décadas no partido, Cherini afirmou: “o PDT vai perder com isso e eu vou perder com isso. Seremos dois derrotados”. Ainda de acordo com o parlamentar gaúcho, em relação a possíveis tratamentos diferenciados entre deputados e senadores do partido que votaram pelo impeachment (o que já se confirmou), ele disse que “neste país, muitas injustiças acontecem”.

Questionado sobre uma nova sigla, o deputado disse que “muitos partidos” o procuraram. Cherini ainda ressaltou os “expressivos resultados nas urnas” e os 28 anos de militância no PDT. Justificando a desobediência acerca da orientação do partido, o deputado disse que “votou com a vontade de boa parte do Brasil”.

Como o desligamento de Cherini não foi voluntário, e sim motivado por expulsão, o mandato segue mantido.


Ananda Müller/Rádio Guaíba
Correio do Povo

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