Eletrobrás decide adiar os estudos de viabilidade técnica e ambiental
para a barragem de Garabi
As
famílias organizadas no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), que
estão sendo ameaçadas pela construção do Complexo Binacional de
hidrelétricas Garabi e Panambi no trecho internacional do Rio Uruguai
comemoram a decisão da Eletrobrás em suspender temporariamente os estudos
de viabilidade técnica e ambiental da barragem de Garabi, planejada para
ser construída no município de Garruchos, Rio Grande do Sul, na fronteira
com a província de Corrientes, na Argentina.
A
decisão da empresa estatal é aguardar os desdobramentos do processo
judicial relacionado à barragem de Panambi, projetada para o município de
Alecrim e a província de Misiones. Recentemente, os estudos para Panambi
foram suspensos por liminar da 1ª Vara Federal de Santa Rosa, em
decorrência de ação pública do Ministério Público Federal da região, que
foi mantida pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
Para
a coordenadora nacional MAB, Neudicléia de Oliveira, esta conquista só ocorreu
devido às permanentes mobilizações que ocorreram na região e a organização das
famílias ameaçadas pela construção das obras. A população repudia a construção
da obra devido aos inúmeros problemas sociais e ambientais que já foram
causados em outras barragens na bacia do Rio Uruguai e, principalmente, pelo
caso da empresa Engevix. “A empresa faz parte do consórcio que está realizando
os estudos das obras, sendo a mesma empresa que alguns anos atrás fraudou os
Estudos e o Relatório de Impacto ambiental (EIA/RIMA) da barragem de Barra
Grande, entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.”, denuncia.
Vários
são os problemas causados e não solucionados pela construção das barragens na
bacia do Rio Uruguai. “Pela total falta de respeito com a população demonstrada
pelas empresas, estamos mobilizados denunciando mais esta violação dos direitos
humanos. Exigimos o imediato cancelamento dos trabalhos que estão sendo feitos
pelas empresas”, afirma.
O
MAB juntamente com o Sínodo Noroeste da Igreja de Confissão Luterana no Brasil
e a Diocese de Santo Ângelo, já vem organizando diversos encontros
formativos com as populações ribeirinhas. Além disso, o MAB busca mediar
negociações entre as empresas e as famílias ameaçadas e pressionar os
governos a cumprir o que está estabelecido na política estadual de
direitos das populações atingidas, estabelecida pelo governo gaúcho no ano
passado.
Fonte: MAB - Movimento dos Atingidos por Barragens
Rádio Alto Uruguai
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