quarta-feira, 3 de junho de 2015

Seis bombeiros são absolvidos e dois condenados no julgamento do caso Kiss

Decisão ainda permite recurso no Tribunal de Justiça Militar do Estado

Dois bombeiros foram condenados em julgamento da Kiss | Foto: João Vilnei / Especial / CP
   Dois bombeiros foram condenados em julgamento da Kiss | Foto: João Vilnei / Especial / CP

Mais de dois anos após a tragédia que causou a morte de 242 pessoas na boate Kiss, o primeiro julgamento teve resultado conhecido nesta quarta-feira. Na esfera militar, dois bombeiros foram condenados pelos crimes de prevaricação e inserção de declaração falsa em documento público, referente à emissão do alvará que permitiu o funcionamento da boate. 

Foram condenados o tenente-coronel Moisés da Silva Fuchs e capitão Alex da Rocha Camillo. Camilo foi condenado a um ano de prisão por falsidade enquanto Fuchs levou pena de um ano por falsidade e seis meses por prevaricação. Ainda cabe à defesa entrar com recurso ao Tribunal de Justiça Militar do Estado.

Os soldados Gilson Martins Dias, Marcos Vinícius Lopes Bastide, Vagner Guimarães Coelho, o sargento Renan Severo Berleze e o primeiro tenente da reserva Sérgio Roberto Oliveira de Andrade foram considerados inocentes. O ministério Público já havia pedido as absolvições por entender que eles não tiveram participação ativa nas irregulares.

Participaram do julgamento a juíza Viviane Freitas Pereira e os juizes Eliseu Antônio Vedana, Gleider Cavali Olivar, Humberto Teixeira Santos e Fernando Alberto Grillo Moreira.

Tragédia

O incêndio na boate Kiss – que ficava na Rua dos Andradas, Centro de Santa Maria – começou por volta das 2h30min da madrugada de 27 de janeiro de 2013. Dos jovens que participavam de uma festa organizada por estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), 242 morreram em decorrência do fogo.

Segundo testemunhas, o fogo teria começado quando um dos integrantes da banda Gurizada Fandangueira, que acabara de subir ao palco, lançou um sinalizador. O objeto teria encostado na forração da casa noturna. As pessoas não teriam percebido o fogo de imediato, mas assim que o incêndio se espalhou, a correria teve início. Conforme relatos, os extintores posicionados na frente do palco não funcionaram.

Em pânico, muitos não conseguiram encontrar a única porta de saída do local e correram para os banheiros. Aqueles que conseguiram fugir em direção à saída, ficaram presos nos corrimãos usados para organizar as filas. A boate foi tomada por uma fumaça preta e as pessoas não conseguiam enxergar nada. A maioria morreu asfixiada dentro dos banheiros ou na parte dos fundos da boate.


Correio do Povo e Rádio Guaíba

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