terça-feira, 9 de junho de 2015

Pelotas: MP já trabalha com hipótese de homicídio no Caso Cláudia

Familiares e pessoas próximas à professora da UFPel, sumida há 60 dias, seriam as principais suspeitas

Cartaz com foto do rosto de Cláudia Hartleben anuncia 
desaparecimento da professora; promotor responsável
 pelo caso admitiu pela primeira vez nesta segunda-feira
 que ela pode ter sido assassinada (Foto: Divulgação DP)


Após 60 dias do desaparecimento da professora da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Cláudia Hartleben, o Ministério Público (MP) admitiu nesta segunda-feira (8) que trabalha com a hipótese de que ela tenha sido assassinada. A suspeita recai sobre familiares ou pessoas próximas de Cláudia.
Segundo o promotor responsável pelo caso, Guilherme Kratz, o MP aponta para a possibilidade de homicídio na medida em que não há sinais de arrombamento na casa onde Cláudia morava com o filho e nem pistas de que ela tenha sofrido sequestro ou esteja em cárcere privado.
Kratz confirmou ainda que pediu mais detalhes das quebras do sigilo telefônico e fiscal da professora e de familiares após o inquérito ter sido remetido à Justiça semana passada. E-mail, celular, redes sociais e o notebook também foram rastreados e mais de 30 pessoas já prestaram depoimento. 
Além disso, o MP cobrou mais agilidade do Instituto Geral de Perícia (IGP) no resultado das perícias feitas no carro de pessoas ligadas a Cláudia e na residência onde ela morava. Até o momento, nenhum suspeito foi indiciado. No entanto, o promotor confirma que supostos envolvidos no caso possam ser indiciados mesmo sem a prova mais importante: o corpo - situação na qual se caracteriza como laudo pericial indireto, quando provas circunstanciais são usadas para a conclusão do inquérito.
Sem prazo para o fim das investigações, a Delegacia de Homicídios e Desaparecidos continua em busca de Cláudia. Segundo o delegado Félix Rafanhim, a polícia já analisou mais de 85 horas de gravações de cinco câmeras de segurança que capturam imagens do entorno da casa de Cláudia, na avenida Fernando Osório, Zona Norte de Pelotas. Rafanhim disse que as imagens foram úteis na investigação, mas não informou o conteúdo desse material.
Até agora cinco mandados de busca e apreensão foram cumpridos no âmbito do Caso Cláudia: quatro em Pelotas e um na zona rural de Piratini. Em todos eles não há vestígio de sangue, cabelos ou roupas da professora.
Cláudia Hartleben está sumida desde às 23h do dia 9 de abril, quando fez o último contato com a família. Até aqui ninguém mais teve notícias sobre seu paradeiro. Familiares e amigos oferecem recompensa de R$ 10 mil a quem contribuir com informações à Polícia Civil.

Por: Giulliane Viêgas
DIÁRIO POPULAR

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