terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Delegado diz ter certeza que Joaquim foi morto dentro de casa, em Ribeirão Preto

Sem apontar culpado, chefe da investigação diz que provas são suficientes.
Polícia aguarda laudos e cogita adiar prisão de mãe e padrasto do menino.

Delegado diz ter provas 'robustas' para incriminar culpado pela morte de Joaquim (Foto: Eduardo Guidini/G1)
   Delegado diz ter provas 'robustas' para incriminar culpado pela morte de Joaquim (Foto: Eduardo Guidini/G1)

O delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que investiga a morte do menino Joaquim Ponte Marques, disse na tarde desta terça-feira (3) que tem provas suficientes para concluir que o garoto foi morto dentro de casa, em Ribeirão Preto (SP). Castro já havia afirmado que a perícia não encontrou vestígios de uma terceira pessoa no imóvel em que a família morava, na madrugada em que Joaquim desapareceu, o que confirma a suspeita de que a mãe e o padrasto estejam envolvidos na morte da criança.

“Temos certeza que o crime aconteceu dentro da casa. O menino foi morto dentro de casa e as provas que colhemos até agora são robustas para conseguir uma condenação e apontar a culpa a quem for devida”, disse o delegado, sem especificar quem seria o assassino: a psicóloga Natália Ponte ou o técnico em TI Guilherme Longo. O casal está preso há 23 dias, desde que o corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos (SP).

O delegado voltou a afirmar que pretende encerrar o inquérito até a próxima semana, mas ainda depende de laudos, entre eles, o resultado dos testes toxicológicos feitos nos órgãos e no sangue da criança. O exame foi solicitado porque a necropsia apontou que as únicas lesões encontradas na pele foram em decorrência dos dias em que o corpo foi arrastado pelo rio. Além disso, não foi encontrada água nos pulmões do menino, o que indica que não houve morte por afogamento.

O relatório completo das ligações telefônicas recebidas e efetuadas pela mãe e pelo padrasto de Joaquim, e por outros dois familiares próximos ao casal, também não foram entregues à Polícia Civil, assim como o rastreamento de telefones celulares de Natália e Longo, para identificar a localização exata do casal na madrugada em que Joaquim morreu.

Natália e Longo estão em Ribeirão Preto desde o início da manhã de sexta-feira (29) (Foto: Paulo Souza/EPTV)
   Natália Ponte e Guilherme Longo estão presos há 23 dias, desde que corpo do menino foi encontrado
   (Foto: Paulo Souza/EPTV)

Prorrogação da prisão

Castro disse que não descarta a possibilidade de pedir a prorrogação da prisão da mãe e do padrasto de Joaquim para prolongar as investigações, já que a polícia quer esgotar todas as possibilidades sobre a morte da criança. "Nós estamos analisando se será necessária a prorrogação da prisão dos dois ou apenas do Guilherme", disse.

Nátália Ponte e Guilherme Longo devem permanecer detidos, pelo menos, até a próxima terça-feira (10), quando vence o prazo da prisão temporária expedida pela Justiça. Nesta segunda-feira (2), o advogado do padrasto tentou, pela terceira vez, conseguir a liberdade do cliente, entrando com um agravo regimental no Tribunal de Justiça de São Paulo, para obter uma liminar de habeas corpus. A defesa da mãe informou, por outro lado, que não tem interesse em pedir a libertação neste momento.

O delegado explicou que a polícia só pode pedir a prorrogação da prisão temporária quando o prazo da atual vencer. "Estamos aguardando o prazo correto para entrar com esse pedido, na esperança de que algum laudo importante chegue a tempo e não seja necessário fazer. Mas, pelo visto, vamos ter que fazer o pedido de prorrogação da prisão temporária, bem como a dilação de prazo do inquérito policial", afirmou.

Fonte: Eduardo Guidini e Adriano Oliveira | Do G1 Ribeirão e Franca

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