Sem apontar culpado, chefe da
investigação diz que provas são suficientes.
Polícia aguarda
laudos e cogita adiar prisão de mãe e padrasto do menino.
Delegado diz ter provas
'robustas' para incriminar culpado pela morte de Joaquim (Foto: Eduardo
Guidini/G1)
O
delegado Paulo Henrique Martins de Castro, que investiga a morte do menino Joaquim Ponte Marques, disse na tarde desta terça-feira (3) que tem provas suficientes
para concluir que o garoto foi morto dentro de casa, em Ribeirão
Preto (SP). Castro já havia afirmado que a perícia não
encontrou vestígios de uma terceira pessoa no imóvel em que a família morava,
na madrugada em que Joaquim desapareceu, o que confirma a suspeita de que a mãe
e o padrasto estejam envolvidos na morte da criança.
“Temos certeza que o crime aconteceu
dentro da casa. O menino foi morto dentro de casa e as provas que colhemos até
agora são robustas para conseguir uma condenação e apontar a culpa a quem for
devida”, disse o delegado, sem especificar quem seria o assassino: a psicóloga
Natália Ponte ou o técnico em TI Guilherme Longo. O casal está preso há 23
dias, desde que o corpo de Joaquim foi encontrado no Rio Pardo, em Barretos
(SP).
O delegado voltou a afirmar que pretende
encerrar o inquérito até a próxima semana, mas ainda depende de laudos, entre
eles, o resultado dos testes toxicológicos feitos nos órgãos e no sangue da
criança. O exame foi solicitado porque a necropsia apontou que as únicas lesões
encontradas na pele foram em decorrência dos dias em que o corpo foi arrastado
pelo rio. Além disso, não foi encontrada água nos pulmões do menino, o que
indica que não houve morte por afogamento.
O relatório completo das ligações
telefônicas recebidas e efetuadas pela mãe e pelo padrasto de Joaquim, e por
outros dois familiares próximos ao casal, também não foram entregues à Polícia
Civil, assim como o rastreamento de telefones celulares de Natália e Longo,
para identificar a localização exata do casal na madrugada em que Joaquim
morreu.
Natália Ponte e Guilherme
Longo estão presos há 23 dias, desde que corpo do menino foi encontrado
(Foto:
Paulo Souza/EPTV)
Prorrogação da prisão
Castro disse que não descarta a
possibilidade de pedir a prorrogação da prisão da mãe e do padrasto de Joaquim
para prolongar as investigações, já que a polícia quer esgotar todas as
possibilidades sobre a morte da criança. "Nós estamos analisando se será necessária
a prorrogação da prisão dos dois ou apenas do Guilherme", disse.
Nátália Ponte e Guilherme Longo devem
permanecer detidos, pelo menos, até a próxima terça-feira (10), quando vence o
prazo da prisão temporária expedida pela Justiça. Nesta segunda-feira (2), o
advogado do padrasto tentou, pela terceira vez, conseguir a liberdade do
cliente, entrando com um agravo regimental no Tribunal de Justiça de São Paulo,
para obter uma liminar de habeas corpus. A defesa da mãe informou, por outro
lado, que não tem interesse em pedir a libertação neste momento.
O delegado explicou que a polícia só pode
pedir a prorrogação da prisão temporária quando o prazo da atual vencer.
"Estamos aguardando o prazo correto para entrar com esse pedido, na
esperança de que algum laudo importante chegue a tempo e não seja necessário
fazer. Mas, pelo visto, vamos ter que fazer o pedido de prorrogação da prisão
temporária, bem como a dilação de prazo do inquérito policial", afirmou.
Fonte:
Eduardo Guidini e Adriano Oliveira | Do G1 Ribeirão e Franca
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