Gaúcha afirmou que
protesto na Rússia "valeu a pena" e previu nova ação em local ainda
indefinido
Ana Paula desembarcou no Brasil com uma bandeira
com a frase Salve o Ártico
Crédito: Samuel Maciel
Crédito: Samuel Maciel
A bióloga gaúcha Ana
Paula Maciel chegou Porto Alegre na manhã deste sábado. Pouco depois das 11h,
ela desembarcou no aeroporto Salgado Filho com uma bandeira com a frase
"salve o Ártico" e encontrou seus familiares e amigos. A integrante
do Greenpeace ficou dois meses presa e 40 dias sob custódia do governo
russo. A mãe da ativista, Rosângela Maciel, comemorou o retorno: "É
uma sensação de felicidade plena e alívio total", disse.
Ana Paula concedeu entrevista coletiva à imprensa e disse que "valeu a pena” a ação na Rússia. “Se o meu objetivo é mudar o mundo para melhor, é preciso assumir os riscos”, declarou, depois de rever familiares e amigos. Ela não vai deixar de fazer ações em defesa do meio ambiente e, no meio do ano, já planeja embarcar novamente, mas ainda não sabe o destino.
Objetivo do protesto
No dia 18 de setembro, a bióloga foi presa com outros 29 integrantes do Greenpeace no navio Arctic Sunrise, em águas internacionais, onde protestada contra extração de petróleo. “O Ártico funciona como um refrigerador. Se ele derreter, a Amazônia vira um deserto. As correntes mudam e tudo muda”, observou, lembrando que estava defendendo os interesses do Brasil e do mundo.
Segundo a bióloga, a prisão do grupo foi injusta e covarde. Ela definiu a invasão do navio como uma tentativa de barrar a liberdade de expressão e uma defesa aos interesses econômicos das empresas petrolíferas. “Não estamos contra o governo Russo, mas contra o sistema de exploração do petróleo, que é a causa do aquecimento global”, disse. Na opinião de Ana Paula, já existe tecnologia disponível para o uso de fontes alternativas de energia. “Todas as ações vão continuar, enquanto não tiver um santuário no Ártico e enquanto não recuperarmos o navio”, ressaltou.
Como o Greenpeace é uma organização reconhecidamente pacífica, a ativista considera que a reação do governo russo ao protesto foi “extremamente exagerada”. Durante o processo, o grupo foi primeiro acusado de pirataria, depois a acusação foi aliviada para vandalismo. Todos os estrangeiros só conseguiram sair do país depois que foi concedida a anistia. “Fui anistiada por um crime que não cometi”, declarou.
O diretor-executivo do Greenpeace no Brasil, Fernando Rossetti, que esteve em Porto Alegre para receber Ana Paula, explicou que a anistia foi da pena, mas os ativistas seguem fichados pelo crime. “É difícil dizer que a Rússia é uma democracia”, avaliou a bióloga, afirmando que a Justiça do país não é independente e que era claro que decisões eram tomadas após telefonemas.
Tratamento na Rússia
O tratamento dado a ela e aos outros ativistas era diferente dos demais presos. “Eu podia tomar banho todos os dias, mas minhas companheiras de cela, só uma vez por semana”, exemplificou. Mesmo assim, definiu o tempo que passou na cadeia como o pior de sua vida. “É um sistema feito para destruir”, ressaltou, dizendo que era como uma espécie de tortura psicológica. Precisava esperar em uma solitária pequena antes das audiências e era transportada algemada em um veículo dividido por caixas.
Ana Paula ficou um período em liberdade na Rússia, em um hotel em São Petersburgo. Segundo ela, mesmo fora da prisão, todos ativistas eram observados pelo governo. Só conseguiu se sentir livre, quando desembarcou na Alemanha, sua primeira escala antes de chegar ao Brasil. “Chorei muito”, contou. O alívio só foi completado quando encontrou os pais, a irmã e o restante da família na Capital, no sábado.
A gaúcha havia desembarcado em São Paulo por volta das 7h. A bióloga teve uma atordoada viagem, que levou 12 horas. A gaúcha deixou a Rússia cem dias após a realização de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico que levou à prisão de 28 ativistas e dois jornalistas, em 19 de setembro.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
Ana Paula concedeu entrevista coletiva à imprensa e disse que "valeu a pena” a ação na Rússia. “Se o meu objetivo é mudar o mundo para melhor, é preciso assumir os riscos”, declarou, depois de rever familiares e amigos. Ela não vai deixar de fazer ações em defesa do meio ambiente e, no meio do ano, já planeja embarcar novamente, mas ainda não sabe o destino.
Objetivo do protesto
No dia 18 de setembro, a bióloga foi presa com outros 29 integrantes do Greenpeace no navio Arctic Sunrise, em águas internacionais, onde protestada contra extração de petróleo. “O Ártico funciona como um refrigerador. Se ele derreter, a Amazônia vira um deserto. As correntes mudam e tudo muda”, observou, lembrando que estava defendendo os interesses do Brasil e do mundo.
Segundo a bióloga, a prisão do grupo foi injusta e covarde. Ela definiu a invasão do navio como uma tentativa de barrar a liberdade de expressão e uma defesa aos interesses econômicos das empresas petrolíferas. “Não estamos contra o governo Russo, mas contra o sistema de exploração do petróleo, que é a causa do aquecimento global”, disse. Na opinião de Ana Paula, já existe tecnologia disponível para o uso de fontes alternativas de energia. “Todas as ações vão continuar, enquanto não tiver um santuário no Ártico e enquanto não recuperarmos o navio”, ressaltou.
Como o Greenpeace é uma organização reconhecidamente pacífica, a ativista considera que a reação do governo russo ao protesto foi “extremamente exagerada”. Durante o processo, o grupo foi primeiro acusado de pirataria, depois a acusação foi aliviada para vandalismo. Todos os estrangeiros só conseguiram sair do país depois que foi concedida a anistia. “Fui anistiada por um crime que não cometi”, declarou.
O diretor-executivo do Greenpeace no Brasil, Fernando Rossetti, que esteve em Porto Alegre para receber Ana Paula, explicou que a anistia foi da pena, mas os ativistas seguem fichados pelo crime. “É difícil dizer que a Rússia é uma democracia”, avaliou a bióloga, afirmando que a Justiça do país não é independente e que era claro que decisões eram tomadas após telefonemas.
Tratamento na Rússia
O tratamento dado a ela e aos outros ativistas era diferente dos demais presos. “Eu podia tomar banho todos os dias, mas minhas companheiras de cela, só uma vez por semana”, exemplificou. Mesmo assim, definiu o tempo que passou na cadeia como o pior de sua vida. “É um sistema feito para destruir”, ressaltou, dizendo que era como uma espécie de tortura psicológica. Precisava esperar em uma solitária pequena antes das audiências e era transportada algemada em um veículo dividido por caixas.
Ana Paula ficou um período em liberdade na Rússia, em um hotel em São Petersburgo. Segundo ela, mesmo fora da prisão, todos ativistas eram observados pelo governo. Só conseguiu se sentir livre, quando desembarcou na Alemanha, sua primeira escala antes de chegar ao Brasil. “Chorei muito”, contou. O alívio só foi completado quando encontrou os pais, a irmã e o restante da família na Capital, no sábado.
A gaúcha havia desembarcado em São Paulo por volta das 7h. A bióloga teve uma atordoada viagem, que levou 12 horas. A gaúcha deixou a Rússia cem dias após a realização de um protesto contra a exploração de petróleo no Ártico que levou à prisão de 28 ativistas e dois jornalistas, em 19 de setembro.
Fonte: Karina Reif / Correio do Povo
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