Voluntária encontrou pedidos
enviados aos Correios e doou itens à família.
Iasmin, 8 anos,
foi violentada e assassinada a pauladas, em Catalão, GO.
Trecho da carta escrita por
Iasmin ao Papai Noel dos Correios (Foto: Reprodução/TV Anhanguera)
Uma
semana antes de ser morta de forma brutal, a menina Iasmin Martins de Souza
Silva, de 8 anos, havia escrito ao Papai Noel dos Correios pedindo presentes
para ela e a família. Ao ler a carta, uma administradora de empresas, que não
quis se identificar, percebeu que tratava-se da garota que foi assassinada a
pauladas após ser estuprada em Catalão, região sudeste de
Goiás. Mesmo assim, a voluntária atendeu aos pedidos e fez as doações à mãe e
aos irmãos da criança.
(Foto: Reprodução/TV
Anhanguera)
Na carta, a menina pede itens como roupas,
sapatos e cesta básica e fala com carinho da mãe, Leidiane Martins. “Meu nome é
Iasmim. Tenho 8 anos, preciso de sapatos e roupas para mim e meus irmãos. Quem
tiver para doar também mochilas e brinquedos, também aceito. Queria pedir uma
cesta [de alimentos] para minha mãe, pois ela é muito especial e cuida de nós
sozinha. Quem ler essa carta, e puder ajudar, ficarei abençoado (sic) e
agradeço a Deus. Desejo um feliz Natal para quem tiver roupas para doar para
minha mamãe. Fico agradecida. Feliz Natal”, diz a garota na carta.
Ao encontrar o pedido nos Correios, a
voluntária diz que se
emocionou ao perceber que se tratava dos
desejos da garota assassinada. Ela decidiu procurar os familiares de Iasmin
para entregar os presentes e realizar os sonhos da criança.
“A família inteira ganhou. Chegaram roupas
e brinquedos para o irmãozinho pequeno. Também ganhamos a cesta que ela pediu.
Ela [Iasmin] pensava em todo mundo”, disse a mãe da garota.
Mesmo feliz em receber os presentes,
Leidiane diz que o que mais queria era ter a presença da filha. “É muita
saudade, pois eu pensei que este ano passaria o Natal com ela. O vazio é muito
grande”.
O crime
Iasmin foi encontrada morta no último dia
9, em uma obra de Catalão, um dia após ter saído da casa da avó para ir até a
feira onde a mãe estava trabalhando. No entanto, a menina não chegou ao
destino. Após o sumiço, familiares e policiais chegaram a procurá-la, mas não a
encontraram.
Na manhã seguinte, o pedreiro Luizmar
Bernardes achou o corpo da menina na obra onde trabalha, no Bairro Paineiras.
Ele lembra com tristeza do momento em que a viu: "Cheguei e nós [outros
colegas] trabalhamos um pouquinho. Quando olhei lá dentro, me deparei com a
criança morta lá e chamei outro colega meu para olhar. É triste de ver. A cena
é lamentável".
Iasmin foi encontrada morta
em uma obra de Catalão
Foto: Reprodução/TV
Anhanguera
O padrasto da vítima, Roberto de Sá Silva,
contou que soube da morte por telefone. "Um tio meu estava ouvindo rádio e
me ligou avisando que haviam encontrado uma menina morta. Fui para o local com
minha esposa e, infelizmente, era ela".
As investigações sobre o assassinato de
Iasmin continuam e o inquérito policial ainda não foi concluído. Um dia após o
corpo ser encontrado, com base em depoimentos de testemunhas, a Polícia Civil
conseguiu chegar a um suspeito, um pedreiro de 37 anos, que acabou preso porque
tinha um mandado de prisão contra ele em aberto.
Em depoimento, o homem negou a autoria do
crime e, segundo a delegada, disse que Iasmin era amiga de sua filha. A
transferência do suspeito para o presídio local causou um princípio de
rebelião. Após o incidente, ele está preso em uma cela especial da cadeia de
Catalão.
Fonte: Do G1 GO, com informações da TV Anhanguera
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