Duas tragédias com crianças alertam para
importância do comportamento adequado de banhistas

Precauções garantem um veraneio tranquiloFoto: Harleyson Almeida / Especial
Duas tragédias, na
última semana, alertam para a necessidade de cuidados com a diversão na água
neste verão. Enquanto brincava em um açude, em Marau, um menino de dois anos e
três meses acabou afogado. Socorrido por familiares, não resistiu. Em Rosário do
Sul, irmãs gêmeas de 12 anos perderam a vida no Rio Santa Maria.
Os casos ilustram o
perigo existente em banhos no mar e nas chamadas águas interiores — riachos,
açudes, rios, lagos, lagoas e córregos. Uma situação agravada pela combinação
férias e calor, convidativa para momentos de lazer na água. Entre 1º de janeiro
e 16 de dezembro, os bombeiros do Estado registraram 118 mortes (duas no mar e
o restante em águas interiores) e 1.910 salvamentos (115 nas águas interiores,
as demais no Litoral). Neste universo, três pessoas perderam a vida durante o
veraneio — uma a menos do que em 2012, quando o índice de salvamentos foi
47,38% inferior.
Segundo o comandante
Regional do Corpo de Bombeiros do Litoral Norte, tenente-coronel Luiz Ernesto
Duarte, 1.090 profissionais vão trabalhar na vigilância aos banhistas no
Estado, entre hoje e 9 de março. Com boia, cinto e cabo de salvamento, ocuparão
as guaritas das 9h às 19h, diariamente.
Para Duarte, é
fundamental que os veranistas procurem ocupar locais com salva-vidas:
— Isso é tanto no mar
quanto em águas interiores. É importante que a pessoa na praia converse com o
salva-vidas, verificando pontos críticos. Nosso mar é muito perigoso.
Especializado em
praias e geologia marinha, o oceanógrafo Lauro Julio Calliari atenta para a
necessidade de atenção no mar. Principalmente com as correntes de retorno, que
carregam o banhista para longe da praia. A orientação é jamais nadar contra a
corrente e tentar se livrar dela com nado paralelo à praia.
— Isto (corrente de
retorno) acontece muito no Litoral Norte. Também há no Litoral Sul, mas com
frequência menor — explica.
Calliari e o
tenente-coronel Duarte pedem para que os veranistas sejam responsáveis,
evitando entrar na água após a ingestão de álcool e jamais deixando crianças e
adolescentes desacompanhados. Também é importante observar a velha máxima (mas
ainda válida) do "água no umbigo, sinal de perigo" e procurar
conhecer o lugar.
POR QUE O MAR É
PERIGOSO?
Energia das ondas
A regra é: quanto mais alta, mais forte a onda. Ao ser atingido, o banhista pode perder o equilíbrio e acabar submerso.
A regra é: quanto mais alta, mais forte a onda. Ao ser atingido, o banhista pode perder o equilíbrio e acabar submerso.
Arrebentação
É o local no qual a onda se quebra. O tipo de arrebentação pode ser perigoso — como quando a onda quebra em forma de caixote e "cai" em cima da pessoa.
É o local no qual a onda se quebra. O tipo de arrebentação pode ser perigoso — como quando a onda quebra em forma de caixote e "cai" em cima da pessoa.
Correntes de retorno
Representam o maior perigo. Com largura de até 12 metros, formam-se em locais específicos, conforme a topografia da praia (que tem fundo irregular), e levam o banhista para longe da areia. Podem fazê-lo a uma velocidade de 7 km/h, superior à atingida por nadadores profissionais. No litoral gaúcho, as correntes de retorno são mais comuns nas praias do Norte. A orientação é nadar paralelo à praia, até sair da corrente, ou boiar até ela enfraquecer, após a arrebentação. Neste caso, nade na diagonal até a praia — nunca contra a corrente.
Representam o maior perigo. Com largura de até 12 metros, formam-se em locais específicos, conforme a topografia da praia (que tem fundo irregular), e levam o banhista para longe da areia. Podem fazê-lo a uma velocidade de 7 km/h, superior à atingida por nadadores profissionais. No litoral gaúcho, as correntes de retorno são mais comuns nas praias do Norte. A orientação é nadar paralelo à praia, até sair da corrente, ou boiar até ela enfraquecer, após a arrebentação. Neste caso, nade na diagonal até a praia — nunca contra a corrente.
Canais paralelos
Podem dificultar o retorno do banhista à praia. Exemplo: ele vai até um banco de areia com água na altura do joelho e, na volta, encontra zonas mais profundas.
Podem dificultar o retorno do banhista à praia. Exemplo: ele vai até um banco de areia com água na altura do joelho e, na volta, encontra zonas mais profundas.
Repuxo
As ondas levam a água para a praia e, para compensar a subida, há uma corrente por baixo. O repuxo é mais perigoso em praias de inclinação acentuada, que não são tão comuns no Estado.
As ondas levam a água para a praia e, para compensar a subida, há uma corrente por baixo. O repuxo é mais perigoso em praias de inclinação acentuada, que não são tão comuns no Estado.
Saídas de rios e
lagoas
Perto destes locais, forma-se uma corrente forte. Isto torna o banho muito perigoso.
Perto destes locais, forma-se uma corrente forte. Isto torna o banho muito perigoso.
Rochas submersas
Se não forem vistas pelo banhista, podem causar ferimentos ou desequilíbrio.
Se não forem vistas pelo banhista, podem causar ferimentos ou desequilíbrio.
POR QUE O RIO É
PERIGOSO?
Os riscos se devem principalmente à força da correnteza e às presenças de zonas de topografia acidentada, com buracos. Também pode haver complicações com águas barrentas, que não permitem enxergar o que há dentro da água, e pedras e galhos de árvores. Há casos nos quais o banhista fica preso em galhos.
Os riscos se devem principalmente à força da correnteza e às presenças de zonas de topografia acidentada, com buracos. Também pode haver complicações com águas barrentas, que não permitem enxergar o que há dentro da água, e pedras e galhos de árvores. Há casos nos quais o banhista fica preso em galhos.
PRECAUÇÕES PARA O
BANHO
Cuidados essenciais
— Na praia, fique atento à cor da bandeira: verde (mar tranquilo), amarelo (mar tranquilo, com repuxo fraco. Necessidade de cuidado) e vermelha (mar revolto, com ondas e repuxo. Recomendável evitar a entrada na água). As prefeituras devem sinalizar locais para pesca e surfe. Fique atento às placas.
— Procure locais com a presença de salva-vidas. Verifique pontos críticos e peça informações sobre ondas, repuxo e buracos. O repuxo pode impedi-lo de sair do mar.
— Em riachos, açudes, rios, lagos, lagoas e córregos, evite saltos e mergulhos, principalmente se a água for turva e impedir que se enxergue o fundo. Pode haver pedras e obstáculos, com risco de lesões. Informe-se sobre profundidade e correnteza.
— Não esqueça do básico: é fundamental saber nadar.
— Entre na água acompanhado: isso pode ser vital para o caso de um mal súbito ou outra situação de emergência. Haverá alguém para ajudar no socorro ou pedir ajuda.
— Não deixe crianças e adolescentes sem monitoramento. Eles podem menosprezar situações de perigo.
— Informe-se se a água é própria para banho. A Fepam divulga relatórios de balneabilidade.
— Se a criança usar boia, deve ter um adulto por perto.
— Não nade à noite, devido à visibilidade prejudicada, e em locais de grande profundidade.
— Afaste-se das redes de pesca.
— Evite o banho imediatamente após o consumo de bebidas alcoólicas ou refeições pesadas.
— Balneários devem ter salva-vidas. É preciso haver placas alertando sobre profundidade e situações de perigo.
Cuidados essenciais
— Na praia, fique atento à cor da bandeira: verde (mar tranquilo), amarelo (mar tranquilo, com repuxo fraco. Necessidade de cuidado) e vermelha (mar revolto, com ondas e repuxo. Recomendável evitar a entrada na água). As prefeituras devem sinalizar locais para pesca e surfe. Fique atento às placas.
— Procure locais com a presença de salva-vidas. Verifique pontos críticos e peça informações sobre ondas, repuxo e buracos. O repuxo pode impedi-lo de sair do mar.
— Em riachos, açudes, rios, lagos, lagoas e córregos, evite saltos e mergulhos, principalmente se a água for turva e impedir que se enxergue o fundo. Pode haver pedras e obstáculos, com risco de lesões. Informe-se sobre profundidade e correnteza.
— Não esqueça do básico: é fundamental saber nadar.
— Entre na água acompanhado: isso pode ser vital para o caso de um mal súbito ou outra situação de emergência. Haverá alguém para ajudar no socorro ou pedir ajuda.
— Não deixe crianças e adolescentes sem monitoramento. Eles podem menosprezar situações de perigo.
— Informe-se se a água é própria para banho. A Fepam divulga relatórios de balneabilidade.
— Se a criança usar boia, deve ter um adulto por perto.
— Não nade à noite, devido à visibilidade prejudicada, e em locais de grande profundidade.
— Afaste-se das redes de pesca.
— Evite o banho imediatamente após o consumo de bebidas alcoólicas ou refeições pesadas.
— Balneários devem ter salva-vidas. É preciso haver placas alertando sobre profundidade e situações de perigo.
Fonte:
Carlos
Guilherme Ferreira | ZERO HORA
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