De oito réus em caso de tráfico, a nutricionista
de 26 anos é a única a se declarar inocente
Justiça espanhola marcou data de julgamento após campanha lançada por familiares de Bruna em Novo HamburgoFoto: Fernanda Zanuzzi / Especial
No primeiro dos três dias de audiências do julgamento da
nutricionista Bruna Bayer Frasson, nesta segunda-feira, na 10ª Seção da
Audiência Provincial de Barcelona, a gaúcha é a única a se declarar inocente
entre oito acusados de tráfico de um total de 44 quilos de cocaína. Outros sete
réus se disseram culpados durante a instrução do processo. Segundo o
criminalista Raúl Verdejo, advogado de Bruna, ela é a única a ter chances reais
de ser inocentada.
— O resultado do julgamento é incerto, mas as
possibilidades de ela ser declarada culpada ou inocente são de 50%. Todos os
outros serão, seguramente, condenados — afirma Verdejo.
Se não obtiver a absolvição de Bruna, a defesa recorrerá da
sentença e solicitará benefícios penitenciários. Também caberia a possibilidade
de um indulto, que depende do Ministério da Justiça e teria um caráter
político. Se for declarada inocente, a gaúcha poderá dar início a um processo
administrativo de indenização contra o Estado Espanhol por ter sido mantida
presa sem motivos.
— Já havia provas de sua inocência durante a instrução,
como a declaração do ex-namorado de que havia colocado a cocaína em sua mochila
sem que ela soubesse — sustenta o advogado.
Alexandre Ribeiro Frasson, pai de Bruna, mostra-se confiante em
relação à libertação, mas cético com respeito à justiça espanhola:
— Depois de 18 meses de intransigência, a condenação da
Bruna é certa, do meu ponto de vista. Eles precisam justificar esses quase dois
anos de prisão. Mas acredito que buscarão, também, uma maneira de rebaixar a
pena e a deixarão sair da prisão.
Na história recente da Espanha, existe pelo menos um precedente
favorável à nutricionista. É o caso das modelos argentinas María Belén Téllez e
Jésica Almada, mantidas em prisão preventiva em Wad Ras de outubro de 2006 a
abril de 2008 sob a acusação de transportar 16 quilos de cocaína em uma mala.
O empresário de María e Jésica declarou, durante a instrução,
que a droga havia sido colocada por ele na bagagem sem que as duas soubessem e
manteve a versão no julgamento. A sentença confirmou a inocência das jovens,
que foram postas em liberdade condicional horas depois do julgamento e em
definitivo um mês depois.
Fonte: Fernanda
Zanuzzi, especial | ZERO HORA
Nenhum comentário:
Postar um comentário