Fórum Soja Brasil: Desafios das
Novas Pragas e Doenças reuniu autoridades agrícolas para debater o assunto em
Sinop (MT)
Debate em Sinop reuniu especialistas
e líderes do setor
Foto: Reprodução/Canal Rural
Especialistas reunidos no Fórum
Soja Brasil: Desafios das Novas Pragas e Doenças, que ocorreu na
tarde desta quarta, dia 25, em Sinop, Mato Grosso, concordaram que o
monitoramento constante é a principal medida a ser tomada para combater a Helicoverpa
armigera, já que a lagartav ainda é considerada nova no Brasil e
alguns agrotóxicos eficazes no controle não foram liberados pela Anvisa.
Estiveram presentes no encontro o coordenador da Comissão
de Defesa Sanitária Vegetal do Ministério da Agricultura, Wanderlei Dias
Guerra, o pesquisador da Embrapa Agrossilvipastoril Rafael Major Pitta, o
diretor-técnico da Aprosoja-MT, Luiz Nery Ribas, o chefe-geral da Embrapa
Agrossilvipastoril, João Flávio Veloso Silva, o presidente da Aprosoja Brasil,
Glauber Silveira e o pesquisador da Empraba Soja Daniel Sosa-Gómez.
Um dos temas centrais do debate foi a liberação de agrotóxicos para exterminar a praga no país. Dias Guerra afirmou que o benzoato de emamectina, que poderia ser importado da Austrália, seria uma alternativa. Entretanto, ele destacou que o Ministério da Agricultura já autorizou cinco produtos, que podem ser utilizados de forma alternada.
– O governo federal está sabendo. Técnicos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)rodaram com a Defesa Vegetal [do Mapa] em Mato Grosso e levaram o relatório à presidente Dilma Rousseff.
Glauber Silveira enfatizou que o problema do país é a burocracia e a dificuldade para registrar produtos que combatam as pragas agrícolas.
– Não temos muitos produtos, estamos conhecendo [a lagarta]. O Brasil, um país extremamente agrícola, precisa ter emergência para saúde vegetal.
Segundo ele, a legislação brasileira falha em casos urgentes:
– Não existe decreto alegando que, em casos de emergência, possa se utilizar determinados produtos. Na Argentina e nos Estados Unidos custa de US$ 20 a US$ 200 mil para registrar um produto. No Brasil, custa US$ 1 milhão. O país está na contramão dessa história.
Para Luiz Nery Ribas, "monitoramento é a palavra-chave" nesse cenário. Ele citou a atuação do Grupo Helicoverpa Mato Grosso, que tem buscado recursos para pesquisa, se dedicado à questões legislativas e de instrução de manejo.
– Podemos conviver com a lagarta desde que exista um monitor andando diariamente nas lavouras. Ainda não estamos prontos e preparados. Temos que treinar e capacitar os produtores.
Rafael Major Pitta destacou que apenas combater a Helicoverpa é um erro, "é necessário fazer manejo integrado" de pragas, inclusive de plantas daninhas.
– Já encontrei isso na safra anterior. Toda vez que entra uma lagarta nova é preocupante. Com uma dissecação bem feita, com 10, 15 dias antes do plantio, a lagarta não atinge a plantação no estágio inicial.
Segundo ele, a situação é alarmante, mas é possível ter uma safra razoável com o monitoramento e a aplicação de agrotóxicos quando houver nível de controle. Ele recomenda o uso de inseticida apenas quando existir uma incidência mais considerável da praga.
Segundo Daniel Sosa Gomez, o sojicultor deve estar atento para a eficiência, a seletividade e o modo de ação do agrotóxico.
– Um produto de amplo espectro, se utilizado no início da safra, pode gerar prejuízos depois. É difícil prever se o problema será sério nesta safra. O agricultor tem que ficar alerta. Ele precisa filtrar a informação, porque existe muita desinformação.
Ele citou o documento Alerta Helicoverpa armigera, da Embrapa, que inclui informações sobre ações emergenciais, identificação morfológica e molecular da lagarta, manejo, importância da tecnologia de aplicação e dicas sobre o monitoramento e o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
>> Leia aqui o documento
João Flávio Veloso Silva considerou a incidência da praga como uma situação emergencial, carente das ferramentas necessárias.
– Ainda não temos todas as ferramentas à disposição. Não conhecemos todas as dinâmicas dessa lagarta. Temos muito para aprender. A Helicoverpa é desconhecida. Isso tira meu sono, porque a cultura da soja é a principal formadora do PIB do Mato Grosso.
A Helicoverpa armigera foi reconhecida no início deste ano. Além de atacar lavouras de soja, ela gerou prejuízos bilionários à cultura do algodão na última safra e foi verificada em plantações de milho, tomate, pimentão e outras culturas. Segundo Wanderlei Dias Guerra, no entorno do país há mais de 250 ocorrências de pragas que não existem em território brasileiro.
– É possível que cheguem voando. Não podemos descartar a ideia de implantação da praga aqui, como terrorismo. Porém, muito produto entra e sai no Brasil, as pragas não têm fronteiras.
Veja como foram os outros Fóruns Soja Brasil:
>> Cerca de metade das áreas com pastagem podem ser utilizadas para a agricultura, diz superintendente do Imea
>> Produtividade das lavouras pode aumentar com tecnologias e melhorias na infraestrutura, afirmam especialistas
Um dos temas centrais do debate foi a liberação de agrotóxicos para exterminar a praga no país. Dias Guerra afirmou que o benzoato de emamectina, que poderia ser importado da Austrália, seria uma alternativa. Entretanto, ele destacou que o Ministério da Agricultura já autorizou cinco produtos, que podem ser utilizados de forma alternada.
– O governo federal está sabendo. Técnicos da Agência Brasileira de Inteligência (Abin)rodaram com a Defesa Vegetal [do Mapa] em Mato Grosso e levaram o relatório à presidente Dilma Rousseff.
Glauber Silveira enfatizou que o problema do país é a burocracia e a dificuldade para registrar produtos que combatam as pragas agrícolas.
– Não temos muitos produtos, estamos conhecendo [a lagarta]. O Brasil, um país extremamente agrícola, precisa ter emergência para saúde vegetal.
Segundo ele, a legislação brasileira falha em casos urgentes:
– Não existe decreto alegando que, em casos de emergência, possa se utilizar determinados produtos. Na Argentina e nos Estados Unidos custa de US$ 20 a US$ 200 mil para registrar um produto. No Brasil, custa US$ 1 milhão. O país está na contramão dessa história.
Para Luiz Nery Ribas, "monitoramento é a palavra-chave" nesse cenário. Ele citou a atuação do Grupo Helicoverpa Mato Grosso, que tem buscado recursos para pesquisa, se dedicado à questões legislativas e de instrução de manejo.
– Podemos conviver com a lagarta desde que exista um monitor andando diariamente nas lavouras. Ainda não estamos prontos e preparados. Temos que treinar e capacitar os produtores.
Rafael Major Pitta destacou que apenas combater a Helicoverpa é um erro, "é necessário fazer manejo integrado" de pragas, inclusive de plantas daninhas.
– Já encontrei isso na safra anterior. Toda vez que entra uma lagarta nova é preocupante. Com uma dissecação bem feita, com 10, 15 dias antes do plantio, a lagarta não atinge a plantação no estágio inicial.
Segundo ele, a situação é alarmante, mas é possível ter uma safra razoável com o monitoramento e a aplicação de agrotóxicos quando houver nível de controle. Ele recomenda o uso de inseticida apenas quando existir uma incidência mais considerável da praga.
Segundo Daniel Sosa Gomez, o sojicultor deve estar atento para a eficiência, a seletividade e o modo de ação do agrotóxico.
– Um produto de amplo espectro, se utilizado no início da safra, pode gerar prejuízos depois. É difícil prever se o problema será sério nesta safra. O agricultor tem que ficar alerta. Ele precisa filtrar a informação, porque existe muita desinformação.
Ele citou o documento Alerta Helicoverpa armigera, da Embrapa, que inclui informações sobre ações emergenciais, identificação morfológica e molecular da lagarta, manejo, importância da tecnologia de aplicação e dicas sobre o monitoramento e o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
>> Leia aqui o documento
João Flávio Veloso Silva considerou a incidência da praga como uma situação emergencial, carente das ferramentas necessárias.
– Ainda não temos todas as ferramentas à disposição. Não conhecemos todas as dinâmicas dessa lagarta. Temos muito para aprender. A Helicoverpa é desconhecida. Isso tira meu sono, porque a cultura da soja é a principal formadora do PIB do Mato Grosso.
A Helicoverpa armigera foi reconhecida no início deste ano. Além de atacar lavouras de soja, ela gerou prejuízos bilionários à cultura do algodão na última safra e foi verificada em plantações de milho, tomate, pimentão e outras culturas. Segundo Wanderlei Dias Guerra, no entorno do país há mais de 250 ocorrências de pragas que não existem em território brasileiro.
– É possível que cheguem voando. Não podemos descartar a ideia de implantação da praga aqui, como terrorismo. Porém, muito produto entra e sai no Brasil, as pragas não têm fronteiras.
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Fonte:
RURALBR
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