segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Israel administrava injeções contraceptivas à força em imigrantes da Etiópia


   Os judeus etíopes começaram a migrar para Israel  nos anos 80, mas alguns rabinos questionam seu judaísmo
   Foto: Divulgação/GPO


     O estado de Israel assumiu pela primeira vez que tem dado injeções de anticoncepcionais em imigrantes judeus da Etiópia, muita vezes sem o consentimento delas. O governo havia negado anteriormente a prática, mas o atual diretor geral do ministério da saúde pediu aos ginecologistas que parassem de administrar a droga.

     De acordo com o jornal Haarezt, que publicou a notícia neste sábado (27), suspeitas da prática foram levantadas pela repórter investigativa Gal Gabbay, que entrevistou mais de 30 mulheres vindas da Etiópia para descobrir por que os índices de natalidade dessa comunidade de imigrantes caíram tão drasticamente.

     “Eles (a equipe médica) nos diziam que era vacinação. Nós tomávamos a cada três meses. Dissemos que não queríamos”, afirmou uma das entrevistadas. Algumas mulheres teriam sido forçadas ou coagidas a receber as injeções em campos de transição para imigrantes etíopes. Acredita-se que a droga em questão é a Depo-Provera, considerada um contraceptivo eficiente e duradouro.

      Desde a década de 1980, quase 100 mil judeus etíopes mudaram-se para Israel usando a Lei do Retorno, mas seu judaísmo tem sido questionado por alguns rabinos. Em 2012, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu afirmou que “os imigrantes ilegais da África ameaçam nossa existência como estado judaico e democrático”.

Carta do ministério orientou médicos a interromperem a prática

     O jornal Haaretz publicou um trecho de uma carta enviada pelo ministério da saúde aos centros de saúde que administram as drogas. O documento orientava os médicos a “não renovar as prescrições de Depo-Provera para mulheres de origem etíope se, por alguma razão, houver preocupação de que elas não compreendam as ramificações do tratamento”.

     “Descobrir o uso de Depo Provera através de uma investigação é extremamente preocupante e levanta questões sobre o perigo de políticas de saúde com implicações racistas e que violam a ética médica”, afirmou Sharona Eliahu Chai, advodaga da Associação de Direitos Civis de Israel (ACRI).

Com informações do The Independent

Fonte: Sul 21

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