O
veterinário João André de Salles, músico nas horas vagas, fez um show na Kiss
em dezembro do ano passado. Na ocasião, o saxofonista morador de Caxias do Sul
tocava com amigos, e foi surpreendido por um grupo de rapazes que brincava com
um extintor de incêndio na plateia. No domingo, ao acompanhar pela imprensa as
notícias sobre a tragédia no centro do Estado, Salles relembrou o fato.
Em entrevista, o baterista da Gurizada Fandangueira, Eliel de Lima, disse que o vocalista e um segurança tentaram utilizar um extintor para apagar o foco do incêndio, mas o equipamento não teria funcionado. Salles acredita que o acidente poderia ter sido evitado, se o extintor estivesse funcionando corretamente.
Pioneiro: Quando você fez show na boate Kiss?
João André de Salles: Toquei na metade de dezembro. Toco saxofone e fiquei bem no canto do palco, canto direito. Tem uma cortina no palco, que eles abrem para o show. Eu estava tocando e vi uma fumaça branca, estava meio escuro e percebi que tinha uma gurizada mexendo no extintor de incêndio. Foi bem no canto em que eu estava. Eles estavam brincando com o extintor. A parede, que é meio escura, estava meio branca. Olhei para o cara meio brabo, com um olhar de reprovação. Não lembro se eu cheguei a falar alguma coisa. Ele ficou com vergonha e colocou o extintor de volta na parede. Terminou o show, eu limpei o pó branco (do extintor) da caixa do meu saxofone e fomos embora.
Pioneiro: Que lembrança veio na sua cabeça com a notícia do incêndio?
Salles: Ontem (domingo), quando vi um repórter falando que o fogo começou no canto onde tinha uma cortina, eu lembrei daquele dia. Talvez se o extintor tivesse funcionado, teria evitado a tragédia. Eu pensei: "será que estava vazio, ou vencido, para não ter funcionado?". O músico pegou o extintor. Se estivesse funcionando, ele apagava o fogo.
Pioneiro: Qual foi sua impressão da casa noturna?
Salles: No dia em que tocamos lá cheguei pelas 18h para passar o som. Mesmo com dia claro, lá dentro era muito fechado, escuro. Até comentei com o pessoal. Não tinha janelas, não corria o ar. Perguntei se tinha ar-condicionado, pois vazio já estava um calorão, imagina à noite quando estivesse cheio de gente. O pessoal que trabalhava lá me disse que naquele ambiente não tinha ar-condicionado, só no outro. Fui dar uma volta. Observei, meio inconscientemente, onde era a saída de emergência? Não lembro de ter visto nenhuma.
A tragédia
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
Em entrevista, o baterista da Gurizada Fandangueira, Eliel de Lima, disse que o vocalista e um segurança tentaram utilizar um extintor para apagar o foco do incêndio, mas o equipamento não teria funcionado. Salles acredita que o acidente poderia ter sido evitado, se o extintor estivesse funcionando corretamente.
Pioneiro: Quando você fez show na boate Kiss?
João André de Salles: Toquei na metade de dezembro. Toco saxofone e fiquei bem no canto do palco, canto direito. Tem uma cortina no palco, que eles abrem para o show. Eu estava tocando e vi uma fumaça branca, estava meio escuro e percebi que tinha uma gurizada mexendo no extintor de incêndio. Foi bem no canto em que eu estava. Eles estavam brincando com o extintor. A parede, que é meio escura, estava meio branca. Olhei para o cara meio brabo, com um olhar de reprovação. Não lembro se eu cheguei a falar alguma coisa. Ele ficou com vergonha e colocou o extintor de volta na parede. Terminou o show, eu limpei o pó branco (do extintor) da caixa do meu saxofone e fomos embora.
Pioneiro: Que lembrança veio na sua cabeça com a notícia do incêndio?
Salles: Ontem (domingo), quando vi um repórter falando que o fogo começou no canto onde tinha uma cortina, eu lembrei daquele dia. Talvez se o extintor tivesse funcionado, teria evitado a tragédia. Eu pensei: "será que estava vazio, ou vencido, para não ter funcionado?". O músico pegou o extintor. Se estivesse funcionando, ele apagava o fogo.
Pioneiro: Qual foi sua impressão da casa noturna?
Salles: No dia em que tocamos lá cheguei pelas 18h para passar o som. Mesmo com dia claro, lá dentro era muito fechado, escuro. Até comentei com o pessoal. Não tinha janelas, não corria o ar. Perguntei se tinha ar-condicionado, pois vazio já estava um calorão, imagina à noite quando estivesse cheio de gente. O pessoal que trabalhava lá me disse que naquele ambiente não tinha ar-condicionado, só no outro. Fui dar uma volta. Observei, meio inconscientemente, onde era a saída de emergência? Não lembro de ter visto nenhuma.
A tragédia
O incêndio na boate Kiss, no centro de Santa Maria, começou entre 2h e 3h da madrugada de domingo, quando a banda Gurizada Fandangueira, uma das atrações da noite, teria usado efeitos pirotécnicos durante a apresentação. O fogo teria iniciado na espuma do isolamento acústico, no teto da casa noturna.
Sem conseguir sair do estabelecimento, mais de 200 jovens morreram e outros 100 ficaram feridos. Sobreviventes dizem que seguranças pediram comanda para liberar a saída, e portas teriam sido bloqueadas por alguns minutos por funcionários.
A tragédia, que teve repercussão internacional, é considera a maior da história do Rio Grande do Sul e o maior número de mortos nos últimos 50 anos no Brasil.
Veja onde aconteceu
A boate
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes - além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
Clique na imagem abaixo para ver a boate antes e depois do incêndio
Localizada na Rua Andradas, no centro da cidade da Região Central, a boate Kiss costumava sediar festas e shows para o público universitário da região. A casa noturna é distribuída em três ambientes - além da área principal, onde ficava o palco, tinha uma pista de dança e uma área vip. De acordo com o comando da Brigada Militar, a danceteria estava com o plano de prevenção de incêndios vencido desde agosto de 2012.
Clique na imagem abaixo para ver a boate antes e depois do incêndio
A festa
Chamada de "Agromerados", a festa voltada para estudantes da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) começou às 23h de sábado. O evento era de acadêmicos dos cursos de Agronomia, Medicina Veterinária, Tecnologia de Alimentos, Zootecnia, Tecnologia em Agronegócio e Pedagogia. Segundo informações do site da casa noturna, os ingressos custavam R$ 15 e as atrações eram as bandas "Gurizadas Fandangueira", "Pimenta e seus Comparsas", além dos DJs Bolinha, Sandro Cidade e Juliano Paim.
Fonte:
PIONEIRO
alguem sabe quem foi o camarada esvaziou o extintor, provavelmente não vai falar mas quem fez isso vai lembrar
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