terça-feira, 19 de junho de 2012

Polícia tem suspeitas de crime contra dois prefeitos e outras 16 pessoas

Operação Cartola

     A Polícia Civil encaminhou na segunda-feira à Procuradoria de Prefeitos relatório de conclusão da Operação Cartola, que investigou supostas irregularidades em contratos de oito prefeituras com a empresa PPG Comunicação.

     No documento, a polícia diz ter encontrado indícios de que dois prefeitos — João Carlos Brum (PTB), de Alvorada, e Gilda Kirsch (PTB), de Parobé — e outras 16 pessoas teriam cometido crimes e devem ser responsabilizadas.

     A polícia fez três pedidos na conclusão do trabalho: a quebra dos sigilos bancário e fiscal dos investigados, a decretação da prisão preventiva do prefeito de Alvorada e dos outros 16 suspeitos, sendo que dois são sócios da PPG, e o afastamento de quem estiver ocupando função pública. Gilda é a única que não tem pedido de prisão.

     Em relação às demais prefeituras que tiveram contratos sob investigação, o relatório explica que está sendo aguardada a análise de documentos para que se verifique eventual responsabilidade penal.

     As conclusões e pedidos serão analisados pela Justiça. O Ministério Público vai verificar se há elementos para denunciar os suspeitos, se é o caso de aprofundar as investigações ou até mesmo de arquivamento das suspeitas.

O que diz o prefeito de Alvorada, João Carlos Brum (PTB)

     "Essa operação teve forte componente político. Não vou me manifestar. Vou aguardar a manifestação da Justiça."

O que diz a prefeita de Parobé, Gilda Kirsch (PTB)

     "Estou chegando de viagem e não tenho conhecimento da conclusão. Prefiro me manifestar depois de conhecê-la."

O que diz Décio Itiberê de Oliveira, advogado de Adyr Nogueira e Jorge Souza, sócios da PPG

     "O delegado é arbitrário, nunca deu acesso aos advogados. Ficamos sabendo dos atos pela imprensa. Estou tranquilo, pois os sigilos foram quebrados e nada foi encontrado contra meus clientes. Esse procedimento é mais político do que processual. No mês em que os partidos estão escolhendo os candidatos para as eleições, a polícia resolve concluir o inquérito"

Supostos contratos de R$ 30 milhões: 

     Ação da polícia investiga irregularidades em contratos avaliados em cerca de R$ 30 milhões. De acordo com o delegado Joerberth Pinto Nunes, a PPG Comunicação venceria licitações, subcontrataria serviços superfaturados, e pagaria propina a funcionários públicos. 

     Para a polícia, a PPG funciona apenas como uma empresa de fachada.

     — A prefeitura contrata a PPG para a execução de diversos serviços, muitos destes fora de seu objeto social. Nós pretendemos mostrar ao juízo que o modus operandi da PPG é o mesmo em todas as prefeituras — explicou o delegado. 

     Além da PPG Comunicação, a MAC Engenharia é investigada por prestar serviços à prefeitura de Alvorada, suspeita de adquirir compras sem processos licitatórios. Atrás de elementos que comprovem a prática do desvio de dinheiro público, a polícia apreendeu documentos e computadores em onze cidades gaúchas. 

     Em espécie, foram recolhidos em torno de R$ 150 mil. Segundo Nunes, os documentos apreendidos serão analisados e servirão de base para futuros indiciamentos. A conclusão da investigação deve ocorrer em 60 dias.

Em mapa, veja as cidades onde ocorreu a operação:

Visualizar Cidades onde ocorre a Operação Cartola em um mapa maior

Fonte: Adriana Irion / ZERO HORA

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