Reunião será no gabinete na sede do Partido País Solidário, no centro de Assunção
Lugo concedeu entrevista coletiva neste domingoFoto: Rodrigo Lopes
Às 6h da manhã desta segunda-feira, o presidente Fernando Lugo iniciará o operação para retomar o poder no Paraguai.
Em entrevista a Zero Hora na tarde deste domingo, Gustavo Codas, ex-responsável paraguaio por Itaipu e um dos principais assessores do presidente deposto, confirmou a realização de uma reunião do gabinete na sede do Partido País Solidário, no centro de Assunção.
— Não se trata de um governo paralelo porque o governo paralelo é o que tem hoje no Palácio de los López — disse Codas.
A ideia é fazer a reunião habitual do gabinete de todas as segundas-feiras, só que, em vez do Palácio Presidencial, o encontro será na sede partidária. Há um entendimento entre o grupo de Lugo de que é possível anular o impeachment. Não está claro como isso seria feito.
— Se o presidente Lugo tivesse convocado as pessoas a resistir e convocar, e dito não saio do palácio, teria uma convulsão. E como ficou um clima tranquilo disseram que (as pessoas) aceitaram e acharam boa a mudança do governo.
Agora, está sendo arquitetado o contragolpe, sem o uso das forças armadas, garante o assessor:
— A postura do Lugo, como ele disse, é continuar batalhando, num processo de mobilização com a cidadania, vai amanhã instalar seu governo, como um governo que restitua a ordem constitucional e a legitimidade do poder. Governo paralelo é o que há no Palácio de los López.
Uma das iniciativas será a ida de Lugo a Mendoza participar da Cúpula do Mercosul. Sua presença na reunião, na quarta-feira, deve constranger o governo de Federico Franco, que não é reconhecido por Brasil, Argentina e Uruguai. Também foi criada uma organização chamada Frente de Defesa pela Democracia, integrada pelo dirigente Domingos Laíno. A ZH, o político, que foi diretor de relações internacionais do Partido Liberal Radical Autêntico, afirmou que também irá à Cúpula do Mercosul. Ele mostrou à reportagem uma carta que está enviando à presidente argentina, Cristina Kirchner, na qual pede a mediação para uma reunião com os presidentes do Uruguai, Pepe Mujica, e do Brasil, Dilma Rousseff.
Fonte: Rodrigo Lopes / Enviado Especial / Assunção / ZERO HORA
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