quinta-feira, 5 de setembro de 2013

'Ela está com medo. Não quer ver outras pessoas', diz irmã de professora que foi alvo de falso sequestro em Santa Maria

Segundo familiares de Glicéria da Silva Ritter, 52 anos, bandidos colocavam voz de menina chorando ao telefone para coagir a vítima


   Professora estava hospedada em hotel no centro de Santa Maria - Rogério Perobelli / Arquivo Pessoal

O primeiro destino da professora Glicéria da Silva Ritter, 52 anos, após ser localizada, por volta do meio-dia desta quinta-feira, foi ir direto para casa e abraçar as duas filhas, em Santa Maria.

A educadora estava desaparecida desde a tarde de quarta-feira. Ela foi encontrada no quarto de um hotel na região central de Santa Maria. Segundo Márcia Pereira da Silva, irmã da vítima, Glicéria está em estado de choque devido à situação traumática pela qual passou.

— Aos poucos, com a companhia das filhas, duas jovens de 23 e 24 anos, ela está se acalmando. Mas ainda está bastante abalada psicologicamente. Tentamos até que algum médico particular atendesse ela em casa, porque ela não quis sair, está com medo, não quer ver outras pessoas — conta a familiar.

A professora contou aos familiares que, nas mais de 18 horas em que ficou em contato constante com os supostos sequestradores, acreditou que uma das filhas estivesse realmente nas mãos dos bandidos.

— Ela disse que eles colocavam uma gravação com uma voz feminina chorando — revela Márcia.

De acordo com outra irmã da professora, Márcia Pereira da Silva, o sentimento da família está dividido entre alívio e indignação. Ainda em frente ao hotel onde a vítima foi encontrada, a familiar desabafou:

— Ela estava dando aula porque ama ser professora, ama as filhas. Uma pessoa honesta que sai do trabalho e cai em um golpe desses. É deplorável o estado psicológico em que ela foi encontrada. E uma pessoa fazer isso por maldade? — questiona Márcia.

Mesmo após o desfecho do caso, a apreensão causada pelo sumiço da irmã ainda causa indignação à família.

— Na manhã de hoje (quarta-feira), ela ligou e o tempo inteiro só pedia que fizéssemos tudo o que eles (sequestradores) estavam mandando. Ela estava apavorada e transtornada. Não respondia nossas perguntas e desligava o telefone. Nisso, outra pessoa telefona pedindo R$ 60 mil. Obviamente ficamos muito apreensivos, mas graças a Deus deu tudo certo. Agora, fica a indignação — finaliza Márcia.

Fonte: DIÁRIO DE SANTA MARIA

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