sexta-feira, 18 de maio de 2012

"Quero justiça", desabafa pai de menina assassinada em Rio Pardo

"Quero justiça", desabafa pai de menina assassinada em Rio Pardo Arquivo pessoal/Arquivo pessoal
O corpo de Marciele foi encontrado em uma travessia que ela utilizava como atalho para ir à escolaFoto: Arquivo pessoal / Arquivo pessoal

    Abalado com a morte da filha, Márcio Lisboa Pinheiro, 33 anos, não consegue conter as lágrimas ao falar de Marciele Freitas Pinheiro. A menina de 12 anos estava desaparecida desde a manhã desta quinta-feira, quando saiu para ir à escola, mas não chegou ao seu destino.

     A família iniciou buscas na casa de amigos e conhecidos para tentar localizá-la, sem sucesso. O corpo foi encontrado às 21h pelo irmão dela, em uma travessia costumeiramente usada pela estudante como atalho para chegar à escola estadual Rio Pardo, onde cursava a 7ª série. A polícia ainda não tem suspeitos.

     Em entrevista exclusiva a Zero Hora, ele conta que a filha nunca teve problemas, tirava notas boas na escola e sempre avisou para onde ia. Acompanhando de perto as investigações da polícia, ele pede que o assassino seja capturado logo. E pague caro pelo crime que cometeu.

Zero Hora — Como ficou sabendo do desaparecimento da Marciele?

Márcio Lisboa Pinheiro — Quando me avisaram eu estava no interior. Fiquei muito preocupado. Vi que a coisa era séria, peguei minha moto e viajei os 40 km da propriedade onde trabalho até a cidade. Vim muito rápido, cheguei em 22 minutos.

ZH — Quando ela foi encontrada?

Pinheiro — Passamos o dia procurando, mas não achava. À noite, a gente estava todos juntos procurando. Aí desceram no beco e encontraram. Eu vi e fiquei sem reação. Pegava ela nos braços e dizia "fala com o pai, fala com pai". Só aí vi que ela estava morta.

ZH — Ela sempre ia pelo mesmo caminho à escola?

Pinheiro — Sim, sempre usava aquele caminho. Era uma guria humilde, quieta, não fazia mal para ninguém. E aí pegaram e fizeram isso com ela. É muito difícil. A gente nunca ia imaginar que isso pudesse acontecer.

ZH — Fazia tempo que ela morava na cidade?

Pinheiro — A gente morava no interior, mas ela se mudou para a cidade porque precisava levantar muito cedo para ir à escola e isso era complicado. Mas nos fins de semana ela ia para o interior. Gostava de andar a cavalo. Eu dava minha vida por ela. Podiam me matar e ter deixado ela viva. Era uma boneca.

ZH — Ela havia sido ameaçada ou passou por alguma situação perigosa recentemente?

Pinheiro — Não. Ela sempre avisou para onde ia, sempre tirava nota boa no colégio e nunca teve nenhum problema. Não havia motivo para que fizessem isso. A gente cria um filho com tanto carinho e amor e depois acontece isso.

ZH — O que você espera que aconteça com o autor do crime?

Pinheiro — Ainda não há pista nenhuma, mas a polícia vai pegá-lo. Essa pessoa vai ter que pagar pelo pecado que cometeu. A família está ajudando na investigação. Quero justiça, que ele seja preso e fique na cadeia. Hoje é minha filha, amanhã pode ser a de outra pessoa.

Fonte: Leandro Becker / ZERO HORA

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