sexta-feira, 11 de maio de 2012

Bolívia diz que não ordenou ataques a brasileiros na fronteira

     O governo boliviano defendeu nesta sexta-feira que não partiram de La Paz as ordens para as ações militares na região da fronteira com o Brasil que ocorreram no final de abril. As denúncias são de maus-tratos, invasões de casas, mortes de gado e expulsões.


     O governo boliviano alegou que a situação está sob controle e afirmou que investiga de quem partiu a ordem para atacar os brasileiros. "O que nos foi dito é que a ordem não foi dada por La Paz em uma referência ao gabinete presidencial e que as autoridades investigam de quem partiu a determinação para o ataque", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Tovar Nunes. "Também é importante informar que temos dados que indicam que a situação está mais tranquila".

     Em 27 de abril, o encarregado da Embaixada do Brasil na Bolívia, o diplomata Eduardo Sabóia, foi até a cidade de Capixaba, a 77 km de Rio Branco (AC), acompanhado por policiais federais e integrantes do governo do Acre e entrou em contato com as autoridades bolivianas. A equipe do Brasil visitou o local onde vivem os brasileiros que disseram ter sido agredidos. A invasão teria ocorrido em 25 de abril.
     Em 30 de abril, o chanceler Antonio Patriota afirmou que a Bolívia se comprometeu a investigar supostas ameaças e agressões praticadas por bolivianos contra brasileiros na região. "Por enquanto eu não tenho nenhuma razão de duvidar da mais plena disposição boliviana em apurar exatamente o que aconteceu", afirmou Patriota. No entanto, um pelotão de 30 militares de uma unidade do Exército foi deslocado para a fronteira. Segundo denúncias, as agressões vêm sendo praticadas nos últimos dias contra brasileiros que vivem em uma faixa de até 50 km do lado boliviano da fronteira. Entre os crimes estariam incêndio de casas e roubo de gado.

     A retirada dos brasileiros da região já havia sido estabelecida em tratado para ocorrer até o fim do ano. Contudo, o Exército boliviano teria reduzido o prazo para 25 de maio. O Exército brasileiro abriu uma sindicância para apurar a suposta entrada de uma patrulha do Exército boliviano em território brasileiro. De acordo com diplomatas que acompanham o assunto, um das origens da crise é uma lei da Bolívia que estabelece que estrangeiros não podem ser proprietários de terras em uma faixa de 50 km em relação à linha de fronteira. Há um esforço dos governos brasileiro e boliviano para retirar, de forma pacífica, os produtores rurais brasileiros que vivem na região.

Fonte: Terra / Agência Brasil

11 de maio de 2012  17h34

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