segunda-feira, 21 de maio de 2012

"Atentado leva a assinatura da Al-Qaeda", acusa oficial de segurança do Iêmen

  Centenas de soldados se feriram em ato ocorrido em Sanaa
  Crédito: Mohammed Huwais / AFP / CP

     O ataque que matou quase 100 soldados do Exército iemenita em Sanaa nesta segunda-feira teria sido causado pela rede terrorista Al-Qaeda, conforme o oficial dos serviços de segurança coronel Abdel Hami al Bajach. "O atentado leva a assinatura da Al-Qaeda", acusou. O atentado, que ainda não foi reivindicado, ocorreu dez dias após o início de uma grande ofensiva contra os redutos da Al-Qaeda no sul do país.

     O ato suicida foi praticado por um integrante do Exército que detonou uma carga de explosivos em meio aos companheiros que ensaiavam para uma parada. Além das mortes, 300 homens ficaram feridos, segundo registro dos sete hospitais para onde foram transportados.

     A explosão foi tão forte que abriu uma cratera no asfalto, segundo um correspondente da AFP. O ataque ocorreu em frente à tribuna destinada às personalidades que na terça-feira devem assistir ao desfile pelo 22º aniversário da unificação entre o norte e o sul do Iêmen.

     O ministro da Defesa, Mohamed Nasser Ahmed, e o chefe do Estado-Maior, general Ahmed Ali al-Achual, estavam na tribuna no momento da explosão, mas saíram ilesos, segundo as mesmas fontes militares. O presidente Abd Rabo Mansur Hadi deve assistir na terça-feira a este desfile na praça Sabin e pronunciar um discurso.

     "Todos os mortos são oficiais e soldados", afirmou uma fonte militar à AFP, que acrescentou que dezenas ficaram feridos. "Os pedaços de carne cobrem o solo", afirmou uma testemunha. As vítimas pertenciam a unidades da segurança central, um corpo do Exército dirigido por um sobrinho do ex-presidente Ali Abdullah Saleh, o general Yahia Mohammed Abdullah Saleh.

     Dezenas de ambulâncias chegaram ao local do atentado para retirar as vítimas e as forças de segurança bloquearam o acesso ao setor. Este foi o primeiro grande atentado em Sanaa desde a chegada ao poder em fevereiro do presidente Abd Rabo Mansur Hadi, que se comprometeu a lutar sem descanso contra a Al-Qaeda.

     O Exército lançou no dia 12 de maio uma grande ofensiva contra a Al-Qaeda na Península Arábica, que no sul do Iêmen se autodenomina "Partidários da Sharia". Onze partidários da Al-Qaeda e três soldados morreram nos últimos combates pelo controle da cidade de Jar, no sul do Iêmen, indicaram nesta segunda-feira fontes militares e tribais. Sete soldados também morreram perto de Zinjibar, segundo uma fonte militar.

     As operações deixaram até agora 234 mortos, segundo um registro realizado pela AFP com base nos números fornecidos por tribos e fontes militares: 158 combatentes da Al-Qaeda, 41 soldados, 18 milicianos e 17 civis. A Al-Qaeda afirmou hoje que havia atacado especialistas americanos em Hodeida, mas a embaixada americana em Sanaa desmentiu a presença desses profissionais nesta cidade do oeste do Iêmen.

     Os "Partidários da Sharia" indicaram em um comunicado que um de seus grupos havia armado uma emboscada em Hodeida, no Mar Vermelho, contra quatro americanos, especialistas que treinavam a guarda costeira iemenita, ferindo três.

     Uma fonte de segurança em Hodeida confirmou o ataque, sem dar mais detalhes, quando testemunhas indicaram que três americanos foram alvos de tiros na saída de um restaurante da cidade e que um foi baleado. Segundo uma fonte diplomática árabe, especialistas americanos ajudam as forças armadas iemenitas no sul e alguns estão na base aérea de Al-Anad, próxima ao palco das operações.

Fonte: Correio do Povo, com informações da AFP

Nenhum comentário:

Postar um comentário