Balanço do atentado na segunda maior cidade russa subiu a 14
mortos
Homenagens após ataque a metrô na Rússia |
Foto: Yuri Kadobnov / AFP
São
Petersburgo amanheceu de luto nesta terça-feira, com as bandeiras a meio pau,
um dia após o ataque ao metrô. Segundo a ministra da Saúde da Rússia, Veronika
Skvortsova, o balanço do atentado subiu a 14 mortos. Onze pessoas morreram no
local do ataque e três quando eram transportadas de ambulância ou em um
hospital da cidade, a segunda maior da Rússia.
O
presidente russo, Vladimir Putin, depositou durante a noite um ramo de flores
na entrada da estação do Instituto Tecnológico, após participar de uma reunião
com representantes dos Serviços de Socorro e do Ministério do Interior. "O
presidente ouviu os relatórios dos serviços especiais", disse seu
porta-voz, Dmitri Peskov, às agências russas. O porta-voz acrescentou que o drama
apresenta "todos os sinais de um atentado".
O Comitê
de Investigação da Rússia informou nesta terça-feira em um comunicado que um
homem-bomba cometeu o ataque. Os investigadores do Comitê, do Serviço Secreto e
do ministério do Interior "estabeleceram que a bomba artesanal pode ter
sido ativada por um homem cujos restos mortais foram encontrados no terceiro
vagão do trem", indica o comunicado. A nota afirma que a identidade do
suspeito foi determinada, mas permanecerá em sigilo pelo interesse da investigação.
O
Quirguistão, por sua vez, afirmou que um cidadão do país é o autor do atentado
de São Petersburgo. "O homem-bomba no metrô de São Petersburgo era o
cidadão quirguiz Akbarjon Djalilov (...), nascido em 1995", declarou o
porta-voz do serviço de segurança do Quirguistão, Rajat Saulaimanov. "É
provável que tenha adquirido nacionalidade russa", completou. De acordo
com o Serviço de Segurança da Rússia (FBS), uma explosão acontece às 14h40min
(8h40 de Brasília) de segunda-feira em um vagão de uma composição do metrô
entre duas estações de uma linha muito movimentada, que passa pelo centro de
São Petersburgo, o Instituto Tecnológico e a Praça Sennaya.
O
atentado, que não foi reivindicado até o momento, aconteceu depois que o grupo
extremista Estado Islâmico (EI) fez uma convocação de ataques contra a Rússia
por seu apoio às forças de Bashar al-Assad na Síria desde setembro de 2015. Ao
menos 7.000 cidadãos da ex-União Soviética, entre eles 2.900 russos, se uniram
a grupos jihadistas no Iraque e na Síria, especialmente ao EI, de acordo com o
FSB.
A Rússia
não havia sido atingida tão duramente desde a explosão, em pleno voo, de um
avião que fazia a rota entre Egito e Rússia com 224 pessoas a bordo em 31 de
outubro de 2015, ataque reivindicado pelo grupo EI. Desde então, as instáveis
repúblicas russas do Cáucaso foram cenário de vários ataques e os Serviços de
Segurança russos anunciaram em diversas ocasiões ter desmantelado células
extremistas dispostas a cometer atentados em Moscou e em São Petersburgo.
"A
explosão aconteceu entre duas estações, mas o maquinista tomou a boa decisão de
continuar o caminho até a estação, o que permitiu a ação rápida de evacuação e
do socorro às vítimas", declarou em um comunicado uma representante do
Comitê de Investigação, Svetlana Petrenko. "Já não estava dentro, mas vi
as pessoas saindo, estavam como surdos, muitos seguravam a cabeça. Os
socorristas os atenderam muito rapidamente", contou à AFP Galina
Stepanova.
Reações
internacionais
As
autoridades anunciaram ter reforçado as medidas de segurança no metrô de Moscou
e nos aeroportos. Depois de várias horas de fechamento completo, a rede
metropolitana de São Petersburgo voltou a funcionar parcialmente durante a
noite. Foram decretados três dias de luto pela antiga capital imperial.
"Nossos pensamentos estão dirigidos ao povo russo", escreveu a chefe
da Diplomacia da União Europeia, Federica Mogherini, no Twitter.
O
presidente francês, François Hollande, expressou "sua solidariedade com o
povo russo" e a chanceler alemã, Angela Merkel, manifestou seu
"horror" diante deste "ato bárbaro". O presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, conversou por telefone com Putin para prometer
"apoio total" às ações que Moscou adotará após o ataque ao metrô.
"O presidente Trump e o presidente Putin concordaram em que o terrorismo
deve ser derrotado rápida e decididamente", revelou a Casa Branca.
"Trump ofereceu o apoio total do governo dos Estados Unidos na resposta ao
ataque e para levar os responsáveis à Justiça".
O
presidente americano já havia qualificado o ataque de "terrível".
"Isto que acontece em todo o mundo é uma coisa absolutamente
terrível". A Rússia se viu afetada em várias ocasiões por atentados em
seus transportes públicos. Em 2013, dois atentados suicidas em Volgogrado
deixaram 34 mortos, algumas semanas antes dos Jogos Olímpicos de Sochi.
AFP
Correio
do Povo
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