quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Estados Unidos: Crescimento de Trump nas pesquisas aumenta preocupação dos mercados

Bolsas europeias abriram em queda, na esteira de fechamentos em baixa em Wall Street, Tóquio e Hong Kong

Pesquisa aponta republicano um ponto à frente da rival democrata | Foto: Dominick Reuter / AFP / CP
   Pesquisa aponta republicano um ponto à frente da rival democrata | Foto: Dominick Reuter / AFP / CP

A menos de uma semana para a eleição presidencial americana, uma pesquisa apontando Donald Trump vencedor preocupava nesta quarta-feira os mercados, enquanto Barack Obama aumentava os esforços para apoiar Hillary Clinton. As principais bolsas europeias abriram em queda, na esteira dos fechamentos em baixa em Wall Street na terça-feira (-0,7%), depois das bolsas de Tóquio (-1,76%) e Hong Kong (-1,45 %) nesta quarta, temendo uma vitória de Donald Trump, sinônimo para eles de grandes incertezas políticas e econômicas.

"O risco Trump ressurgiu e com ele um desconforto sobre como a política será conduzida nos Estados Unidos", comentou à agência Bloomberg Chihiro Ohta, um corretor da SMBC Nikko Securities. Uma pesquisa ABC-Washington Post apontou como vencedor o candidato republicano, pela primeira vez desde maio, com 46% dos votos, contra 45% para Hillary Clinton. As demais pesquisas de opinião pública ainda apontam uma vantagem para a democrata, mas a sua média estabelecida pelo site Real Clear Politics coloca Hillary a apenas 2,2 pontos à frente de seu adversário (45,3% contra 43,1%) a nível nacional.

E Donald Trump, que recentemente disse não acreditar nas pesquisas, voltou a citá-las para dizer que está "em ascensão em todos os lugares". "Vamos ganhar a Casa Branca", assegurou na terça-feira durante comícios em dois estados historicamente democratas, Pensilvânia e Wisconsin.

Mudança de roteiro
Após a reabertura pelo FBI do caso dos e-mails de Hillary Clinton na semana passada, Trump denunciou, apesar da ausência de qualquer informação nesse sentido, uma adversária "que enfrenta crescentes problemas com a justiça". Nesta quarta-feira ele deve seguir Hillary na Flórida, estado indispensável para o republicano se quiser ganhar a disputa, com três comícios previstos em Miami, Orlando e Pensacola.

Hillary Clinton estará em Nevada e Arizona, dois dos dez estados onde a eleição será ganha. Enquanto o atual presidente Barack Obama, com uma enorme popularidade de fim de mandato (54% de acordo com a última média da Gallup), espera jogar o seu peso em favor de sua candidata. Ele estará nesta quarta-feira em Raleigh (Carolina do Norte), na quinta-feira em Miami e Jacksonville (Florida), na sexta-feira em Charlotte (Carolina do Norte).

Hillary pensava que os últimos dias de campanha seriam dedicados a uma mensagem unificadora depois de uma campanha particularmente ofensiva que dividiu os americanos. Mas após o anúncio do FBI, ela mudou o roteiro, retomando os ataques contra Trump.

Na Flórida, a democrata de 69 anos tirou proveito de uma nova pesquisa divulgada terça à noite apontando ela como vencedora, com 48% contra 40% entre os eleitores que já votaram na Flórida. Contudo, esta pesquisa TargetSmart e da universidade William & Mary é limitada a uma pequena amostra de eleitores.

A média das últimas pesquisas neste estado do sul que é o jackpot de todos os estados-chave variou bastante, com Trump à frente com 45,5%, contra 44,5% para Hillary. Em um comício em Dade City, foi apresentada por Alicia Machado, ex-Miss Universo de 1996 que foi humilhada na época por Trump por ter engordado. Hillary listou a série de declarações ultrajantes,  insultantes e sexistas de seu adversário. "Ele passou a sua vida a depreciar, degradar, insultar e agredir mulheres", disse ela, alertando contra um candidato que "insulta mais da metade da população".

Ela também lembrou o vídeo onde Trump se vangloria de poder fazer tudo com uma mulher porque é famoso. Doze mulheres o acusaram de gestos sexuais impróprios. Mais tarde, em Sanford, ela atacou o bilionário populista sobre seus impostos, denunciando um "esquema duvidoso", evocado pelo New York Times, para não pagar impostos.


AFP
Correio do Povo

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