Bolsas europeias abriram em queda, na esteira
de fechamentos em baixa em Wall Street, Tóquio e Hong Kong
Pesquisa aponta republicano um ponto à frente
da rival democrata | Foto: Dominick Reuter / AFP / CP
A menos
de uma semana para a eleição presidencial americana, uma pesquisa apontando
Donald Trump vencedor preocupava
nesta quarta-feira os mercados, enquanto Barack Obama aumentava os esforços
para apoiar Hillary Clinton. As principais bolsas europeias abriram em queda,
na esteira dos fechamentos em baixa em Wall Street na terça-feira (-0,7%),
depois das bolsas de Tóquio (-1,76%) e Hong Kong (-1,45 %) nesta quarta,
temendo uma vitória de Donald Trump, sinônimo para eles de grandes incertezas
políticas e econômicas.
"O
risco Trump ressurgiu e com ele um desconforto sobre como a política será
conduzida nos Estados Unidos", comentou à agência Bloomberg Chihiro Ohta,
um corretor da SMBC Nikko Securities. Uma pesquisa ABC-Washington Post apontou
como vencedor o candidato republicano, pela primeira vez desde maio, com 46%
dos votos, contra 45% para Hillary Clinton. As demais pesquisas de opinião
pública ainda apontam uma vantagem para a democrata, mas a sua média
estabelecida pelo site Real Clear Politics coloca Hillary a apenas 2,2 pontos à
frente de seu adversário (45,3% contra 43,1%) a nível nacional.
E Donald
Trump, que recentemente disse não acreditar nas pesquisas, voltou a citá-las
para dizer que está "em ascensão em todos os lugares". "Vamos
ganhar a Casa Branca", assegurou na terça-feira durante comícios em dois
estados historicamente democratas, Pensilvânia e Wisconsin.
Mudança
de roteiro
Após a
reabertura pelo FBI do caso dos e-mails de Hillary Clinton na semana passada,
Trump denunciou, apesar da ausência de qualquer informação nesse sentido, uma
adversária "que enfrenta crescentes problemas com a justiça". Nesta
quarta-feira ele deve seguir Hillary na Flórida, estado indispensável para o
republicano se quiser ganhar a disputa, com três comícios previstos em Miami,
Orlando e Pensacola.
Hillary
Clinton estará em Nevada e Arizona, dois dos dez estados onde a eleição será
ganha. Enquanto o atual presidente Barack Obama, com uma enorme popularidade de
fim de mandato (54% de acordo com a última média da Gallup), espera jogar o seu
peso em favor de sua candidata. Ele estará nesta quarta-feira em Raleigh
(Carolina do Norte), na quinta-feira em Miami e Jacksonville (Florida), na
sexta-feira em Charlotte (Carolina do Norte).
Hillary
pensava que os últimos dias de campanha seriam dedicados a uma mensagem
unificadora depois de uma campanha particularmente ofensiva que dividiu os
americanos. Mas após o anúncio do FBI, ela mudou o roteiro, retomando os
ataques contra Trump.
Na
Flórida, a democrata de 69 anos tirou proveito de uma nova pesquisa divulgada
terça à noite apontando ela como vencedora, com 48% contra 40% entre os
eleitores que já votaram na Flórida. Contudo, esta pesquisa TargetSmart e da
universidade William & Mary é limitada a uma pequena amostra de eleitores.
A média
das últimas pesquisas neste estado do sul que é o jackpot de todos os
estados-chave variou bastante, com Trump à frente com 45,5%, contra 44,5% para
Hillary. Em um comício em Dade City, foi apresentada por Alicia Machado,
ex-Miss Universo de 1996 que foi humilhada na época por Trump por ter
engordado. Hillary listou a série de declarações ultrajantes, insultantes e sexistas de seu adversário.
"Ele passou a sua vida a depreciar, degradar, insultar e agredir
mulheres", disse ela, alertando contra um candidato que "insulta mais
da metade da população".
Ela
também lembrou o vídeo onde Trump se vangloria de poder fazer tudo com uma mulher
porque é famoso. Doze mulheres o acusaram de gestos sexuais impróprios. Mais
tarde, em Sanford, ela atacou o bilionário populista sobre seus impostos,
denunciando um "esquema duvidoso", evocado pelo New York Times, para
não pagar impostos.
AFP
Correio
do Povo
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