domingo, 30 de outubro de 2016

Executivo afirma que programa da Lactalis não exclui produtores de menor escala



A Lactalis vai lançar em novembro um programa para expandir a captação de leite e, consequentemente, ampliação da produção de lácteos no Rio Grande do Sul. Com o recente anúncio de investir pouco mais de R$ 100 milhões no Estado nos próximos oito anos, a multinacional francesa quer fidelizar os produtores que fornecem leite para seus laticínios a partir de uma série de ações para estimular a atividade. O objetivo é reduzir os custos de produção e aumentar a produtividade média de 10 litros vaca/dia para 30 litros vaca/dia. Somente no Estado, a empresa já trabalha com 10 mil produtores.

No primeiro trimestre de 2016, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as indústrias do Estado adquiriram 809,079 milhões de litros de leite cru, queda de 4,6% em relação ao mesmo período de 2015. Em volume, são 39,2 milhões de litros a menos.

Em entrevista à Rádio Colonial, neste sábado (30), o diretor de Relações Institucionais e Comunicação da Lactalis, Guilherme Portella, disse que o programa ainda não está fechado, mas adiantou que o objetivo é fortalecer a relação com os produtores. “O programa vai contemplar o fornecimento de ração, medicamentos e genética, além de fomento à assistência técnica e extensão rural”, destaca o executivo.

Questionado sobre uma possível exclusão de produtores de menor escala, Portella garantiu que a Lactalis se relaciona com todos, independentemente do volume produzido. “Esse programa vai atender todos os produtores de leite. Não vai ter faixa de corte, ou seja, não importa o volume de leite produzido por propriedade, todos poderão participar”, afirmou o executivo.

Atendendo a uma reivindicação da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), a empresa também está disposta a estabelecer contrato de compra e venda a preço fixo. Assim, os produtores já saberiam com antecedência o valor que vão receber pelo prazo de 12 meses pelo litro entregue a indústria. Atualmente o valor definido mensalmente como referência pelo Conselho Estadual do Leite (Conseleite). 

De acordo com Pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, o preço médio pago ao produtor em 2015 — R$ 0,93 por litro, considerando a inflação — foi o menor dos últimos cinco anos. Em contrapartida, o custo de produção, no acumulado desde janeiro de 2015, registra alta de 15,2% no Rio Grande do Sul.

Guilherme Portella anunciou ainda que a empresa vai fabricar produtos com a marca internacional Président nas unidades de Três de Maio, Santa Rosa e Ijuí.

Presente no país desde 2013, a Lactalis primeiro se concentrou em fincar os alicerces na nova fronteira. Gastou cerca de R$ 2 bilhões em aquisições, conforme cálculos que circulam no mercado, montou uma rede formada por 15 fábricas espalhadas por sete Estados - só não há unidade na região Norte -, passou a contar com mais de 13 mil fornecedores de leite e está na fase final do processo de integração dos diferentes ativos e culturas absorvidos.

O portfólio da empresa inclui duas marcas internacionais (Parmalat e Glabani) e nove nacionais (Balkis, Batavo, BoaNata, Cotochés, DaMatta, DoBon, Elegê, Poços de Caldas e Santa Rosa).

Durante a entrevista, Portella lamentou a morte do gerente prematura do gerente das unidades da Lactalis de Três de Maio e Santa Rosa, Marcos Lermenn, em acidente automotivo no último dia 24. Segundo o diretor, Lermenn era um grande profissional, o qual estava empenhado no projeto de expansão da empresa na região.


Foto: Reprodução / Site da Assessoria de imprensa da prefeitura de Três de Maio

Fonte: Rádio Colonial 

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