sexta-feira, 20 de maio de 2016

Forças Armadas do Egito anunciam ter encontrado destroços do avião da EgyptAir

Objetos pessoais de passageiros foram localizados ao Norte de Alexandria

Forças Armadas do Egito anuncia ter encontrado destroços do avião da EgyptAir | Foto: Egyptian Defence Ministry / AFP / CP
   Forças Armadas do Egito anuncia ter encontrado destroços do avião da EgyptAir
   Foto: Egyptian Defence Ministry / AFP / CP

As Forças Armadas do Egito anunciaram nesta sexta-feira que encontraram destroços e objetos pessoais dos passageiros do voo MS804 da EgyptAir que caiu na madrugada de quinta-feira no Mediterrâneo, durante uma viagem de Paris ao Cairo.

"Aviões e navios das Forças Armadas encontraram objetos pessoais dos passageiros e destroços da aeronave 290 quilômetros ao Norte de Alexandria", afirma o exército em um comunicado. "A busca continua, estamos retirando água de tudo o que encontramos", completa a nota oficial.

O voo MS804 desapareceu nessa quarta-feira à noite dos radares entre as ilhas do Sul da Grécia e a Costa Norte do Egito por razões ainda desconhecidas. O presidente egípcio Abdel Fatah al-Sisi determinou na quinta-feira a intensificação das operações de busca após anúncios contraditórios sobre a localização de destroços, que não pertenciam ao Airbus da EgyptAir.

Reunião para discutir chance de atentado

Entre os passageiros do avião, havia 30 egípcios e 15 franceses, além de dois iraquianos, e um britânico, um belga, um português, um canadense, um argelino, um saudita, um sudanês, um chadiano e um kuwaitiano.

Em função da tragédia, uma reunião ministerial de crise foi convocada nessa quinta pelo presidente da França, François Hollande, para discutir a hipótese de atentado terrorista. Tanto a França quanto o Egito são alvos do grupo jihadista Estado Islâmico, e os dois países são parceiros políticos e militares na luta contra o extremismo muçulmano.

Terrorismo

Vários cenários podem explicar o desaparecimento hoje do avião A320, da Egyptair, que fazia a ligação entre Paris e a cidade do Cairo, mas especialistas dizem que um ataque terrorista é o mais provável. A França e o Egito têm sido recentemente alvos dos extremistas islâmicos.

Em outubro, o grupo fundamentalista Estado Islâmico reivindicou o ataque a um avião A321 da companhia russa Metrojet, que caiu no deserto do Sinai quando fazia o trecho entre a estância turística de Sharm el-Sheikh e São Petersburgo, matando 224 passageiros e a tripulação.

Argumentos

Segundo peritos, as possibilidades de uma avaria mecânica no caso do desaparecimento hoje do voo MS804 da EgyptAir são poucas. “Uma falha técnica grave – a explosão de um motor, por exemplo – parece improvável”, disse o especialista em aeronáutica Gérard Feldzer, destacando que o A320 em questão era “relativamente novo”, porque vinha voando desde 2003.

Trata-se de “um avião moderno, o acidente ocorreu em pleno voo em condições extremamente estáveis. A qualidade da manutenção e do avião não estão em causa neste acidente”, reforçou Jean-Paul Troadec, antigo diretor do Gabinete de Inquéritos e Análises para a segurança da aviação civil de França. Troadec assinalou ainda que a EgyptAir “é uma companhia que está autorizada” a voar na Europa e “não está na lista negra”.

Os peritos consideram igualmente improvável que o avião tenha sido atingido do solo, como foi o caso do voo 17 da Malaysia Airlines que caiu na Ucrânia em julho de 2014, ou do mar, como ocorreu em julho de 1988 quando a marinha norte-americana fez explodir por engano um avião de passageiros da Iran Air.

O avião da Egyptair desapareceu a cerca de 130 milhas náuticas da ilha grega de Karpathos, o que o coloca fora do alcance dos lança-mísseis portáteis utilizados por vários grupos combatentes no Oriente Médio.

“Não podemos excluir a possibilidade de ter sido atingido por engano por outro avião, mas provavelmente já saberíamos”, disse Feldzer, adiantando que a região ao norte do Egito, incluindo as costas de Israel e da faixa de Gaza, é “uma das mais vigiadas do mundo, também por satélite”.


AFP
Correio do Povo

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