quinta-feira, 5 de maio de 2016

Após afastamento de Cunha, base aliada questiona impeachment de Dilma

Aliados do governo criticaram condução do processo aprovado pela Câmara no mês passado

Vários deputados questionam condução do processo de impeachment aprovado pela Câmara  | Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados / CP
   Vários deputados questionam condução do processo de impeachment aprovado pela Câmara
   Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados / CP

Nesta quinta-feira, diversos deputados ocuparam o Plenário da Câmara para defender a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki que afastou Eduardo Cunha do mandato de deputado federal e da função de presidente da Casa. Vários parlamentares presentes aproveitaram para questionar a condução do processo de impeachment aprovado pela Câmara no mês passado.

Para a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), o processo está maculado pela dupla que geriu o processo. Além da suspensão do mandato de Eduardo Cunha, a deputada lembrou que o tribunal eleitoral de São Paulo também decidiu, nesta semana, tornar inelegível o vice-presidente da República, Michel Temer. “O processo contra a presidenta Dilma deveria ser nulo, porque foi conduzido por pessoas suspeitas”, disse.

O deputado Chico Lopes (PCdoB-CE) concordou, e disse que a decisão foi tardia, uma vez que Eduardo Cunha pode conduzir o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. “Não é possível que um cidadão, investigado, consiga manipular até mesmo as comissões, que são uma questão dos partidos.”

O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) lembrou que, na decisão, o ministro Teori frisa que Eduardo Cunha usou de chantagem e retaliação, exatamente o que considera ter sido o processo de impeachment. Alice Portugal (PCdoB-BA) também acredita que o processo de impeachment deveria ser anulado. “Espero que essa decisão seja convalidada”, disse.

Os deputados José Nunes (PSD-BA) e Silas Freire (PR-PI) também criticaram o processo de impeachment. Embora não ache nulo o processo, Freire afirmou que é uma contradição a Câmara ter aprovado o impeachment sem se livrar também dos deputados envolvidos em escândalos.

O deputado Benjamim Maranhão (SD-PB), no entanto, defendeu a decisão da Câmara no processo de impeachment, e lembrou que ele foi orientado pelo Supremo Tribunal Federal. “Existe uma tentativa de ligar essa decisão de hoje com a decisão de afastar a presidente Dilma Rousseff. Mas o que ocorreu foi que cumprimos a Constituição e a Lei de Responsabilidade Fiscal”, disse.


Fonte: Correio do Povo

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