PF deflagrou a operação 'Corrida do Ouro' em Pontes
e Lacerda.
Alvo é quadrilha que explora garimpo ilegal na Serra da Borda.
Alvo é quadrilha que explora garimpo ilegal na Serra da Borda.
PF deflagrou operação contra grupo que controla garimpo ilegal
(Foto: Reprodução/TVCA)
Um vereador e cinco policiais civis e militares foram
presos pela Polícia Federal (PF) nesta sexta-feira (6) durante a operação
"Corrida do Ouro". A operação tem como alvo uma quadrilha responsável
por explorar um garimpo ilegal situado na Serra da Borda, região de Pontes e
Lacerda (a 483 km de Cuiabá). Nos últimos dois meses o local atraiu um
contingente de garimpeiros profissionais e ocasionais que chegou a atingir sete
mil pessoas, mas a Justiça Federal determinou a desocupação da área por não
existir autorização para atividade mineradora.
A operação Corrida do Ouro teve 10 mandados de prisão, 30
mandados de busca e apreensão e cinco mandados de condução coercitiva expedidos para cumprimento em Cuiabá,
Pontes e Lacerda e Cáceres, cidade a 220 km da capital. Segundo divulgou a PF
até a tarde desta sexta-feira, seis dos mandados de prisão foram cumpridos,
sendo um contra um vereador e outros cinco contra policiais. Os nomes dos
presos não foram divulgados. Também não foi informado quantos policiais são
militares e quantos são civis.
A operação de retirada dos garimpeiros em cumprimento a
decisão judicial federal ainda está em preparação, mas a PF atingiu nesta
sexta-feira o grupo suspeito de controlar
a área mediante extorsão e administrando o comércio local. De
acordo com a PF, um oficial da reserva da Polícia Militar é membro da
quadrilha, que contaria com jagunços armados para controlar as atividades na
Serra da Borda como “gerentes”, como classificou o delegado Ronald da Silva de
Miranda, da PF.
Garimpeiros vêm explorando a
Serra da Borda há cerca de dois meses
(Foto:
Reprodução / TVCA)
Controle do garimpo
“Identificamos núcleos de atuação, sendo policiais e não
policiais que andavam armados pelo local, extorquindo garimpeiros e tomando
conta do comércio no garimpo. Ou seja, eles desenvolviam diversas atividades no
garimpo quando na verdade deveriam cumprir o seu papel como policiais e não
como gerentes daquele local, tendo em vista que são pessoas que tem
conhecimento da lei”, criticou o delegado.
Os policiais envolvidos, segundo as investigações da PF,
conseguiam obter diversas vantagens financeiras se aproveitando da atividade
garimpeira. Até mesmo cobrando quantias de mulheres que se prostituíram na
região. Não existe uma ideia concreta do quanto era cobrado, mas os policiais
acreditam que os valores variam por tipo de serviço, entre 20% a 25%.
Devido às prisões durante a operação nesta sexta-feira,
a Polícia Civil informou que vai apurar o envolvimento de policiais em um
inquérito. A Polícia Militar informou que o militar da reserva deverá
responder, provavelmente, a uma ação penal na Justiça comum. Por sua vez, a
Secretaria estadual de Segurança Pública (Sesp) de Mato Grosso informou que integra as investigações
sobre a quadrilha presente no garimpo e que lamenta o envolvimento de
policiais, os quais deverão ser punidos por desvio de conduta.
Fonte:
Do G1 MT
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