Polícia Civil prendeu
servidora de carreira da Sema tentando obter propina.
Segundo auto de
prisão, ela aplicou multa falsa ao proprietário de uma área.
A Polícia Civil divulgou nesta sexta-feira (20) que
prendeu em flagrante uma servidora de carreira da Secretaria estadual de Meio
Ambiente (Sema) na última quarta-feira por tentativa de receber propina de um
proprietário de uma área rural no município de Poxoréu (a 259 km de Cuiabá). De
acordo com as investigações, a servidora emitiu uma multa falsa e tentou cobrar
para "sumir" com o respectivo processo administrativo, usando também o
nome do Ministério Público (MP) para pressionar a vítima.
Segundo a Polícia Civil, a servidora deverá responder
por crimes de corrupção passiva, associação criminosa e fraude administrativa.
A denúncia sobre a conduta dela partiu da própria Sema para a Delegacia do Meio
Ambiente (Dema), ligada à Polícia Civil.
As investigações constataram que no dia 6 de outubro a
servidora faltou ao serviço na Sema e se deslocou de Cuiabá para Poxoréu. Nesse dia, ela lavrou
dois autos de infração – um de R$ 570 mil e outro de R$ 150 mil - contra o dono
de uma área rural no município, dizendo que ele era alvo de uma denúncia do
Ministério Público.
Segundo as investigações, não há qualquer denúncia do MP
contra a vítima e os autos de infração não têm qualquer procedência. A
servidora não tinha ordem de serviço para as autuações, não tinha autorização
para fiscalização, não seguiu os protocolos necessários, não lançou as
infrações no sistema da Sema e atua em uma área distinta, a de Empreendimento,
e não de Flora.
Depois da visita da servidora à propriedade, o dono da
área passou a receber telefonemas nos quais outras duas pessoas ofereciam a
oportunidade de fazer “sumir” o processo administrativo referente às multas que
ele tinha recebido mediante pagamento de propina. Os intermediadores seriam um
policial militar aluno da Academia Costa Verde, em Várzea Grande (região metropolitana de Cuiabá), e um
engenheiro florestal que se apresentou como “Zequinha”.
Na última semana os dois intermediadores também
telefonaram para a vítima insistindo no acerto e afirmando que, assim que o
pagamento fosse efetuado, tomariam as providências quanto aos autos de
infração. Entretanto, as investigações já estavam em andamento e o policial
militar que procurou a vítima para cobrar propina foi reconhecido como a pessoa
que acompanhou a fiscal da Sema durante a visita à propriedade no dia 6 de
outubro. Tanto ele quanto o engenheiro florestal deverão ser intimados para
prestar esclarecimentos e estão sujeitos a responder pelos mesmos crimes.
Com base nas investigações, os policiais da Dema
chegaram até a servidora, que foi presa e teve os documentos das falsas infrações
apreendidos em seu carro.
Fonte:
Do G1 MT
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